Apesar de já estarmos no 2º mês do ano gregoriano, o Novo Ano Chinês foi há poucos dias, por isso posso (ainda) dizer:
"Bom ano a todos!"
Mas não foi para falar de Calendários que vim, mas sim para partilhar as minhas leituras de 2018 e buscar algumas inspirações vossas de leituras para 2019.
Não sei exatamente quantos livros li, pois nesta correria dos últimos tempos acabei por não fazer o que costumo fazer, que é a lista dos livros lidos. Decerto que um ou dois me irá escapar, por ser muito pequeno ou por não me ter impressionado especialmente.
Mas há uns quantos que me ficaram na memória. Apesar de continuar a fazer o que comecei em 2016, este ano lá comprei dois livros novos. Não resisti, são de duas das minhas autoras favoritas, Isabel Allende e Joanne Harris. Mas continuei a dar voltas à minha biblioteca e às dos familiares e tive algumas agradáveis surpresas.
Uma dessas agradáveis surpresas foi o Pássaros Feridos de Colleen McCullough. Já morava na minha estante há vários anos, mas nunca o tinha lido. É um livro extenso, mas não era isso que me impedia de o ler. O que não me puxava para o ler era a série televisiva que passou em Portugal (há muitos anos atrás, com o David Carradine, penso eu...). Só me lembrava que era um amor proibido entre um padre e uma jovem e amores impossíveis não costumam fazer parte dos meus temas favoritos de leitura.
Bem, neste caso foi puro preconceito. O livro foi uma surpresa enorme! Sim, aparece no livro um amor impossível entre um padre e uma jovem, mas a história é muito, mas muito mais que isso. É a história de uma família e dos seus vários elementos, da luta da vida na Nova Zelândia e Austrália do século XX, de emigração, de amores e desamores, vida e morte e as convenções sociais daquela altura. Um livro riquíssimo, que seguramente já está na lista dos meus favoritos💘.
Dentro deste estilo, também li dois livros da mesma autora (Zília Gonçalves): Janelas Imperfeitas e Janelas Imperfeitas - Volume II. É um retrato histórico da sociedade portuguesa, visto sempre pelo olhar feminino, uma vez que os dois livros têm como personagens principais mulheres.
No primeiro volume conta a história de Maria do Rosário, nascida pobre e da sua luta ao longo da vida. É um retrato verdadeiro de como era a vida entre os finais do séc. XIX e o início do séc. XX.
No Volume 2, a história do primeiro livro entrelaça-se, embora não seja uma continuação directa. A personagem principal é agora Angélica Maria e é "um retrato da vida portuguesa do final da segunda ao final da quinta décadas do século XX".
O estilo de escrita nota-se que ainda é um pouco "naif", uma vez que a autora não tinha experiência prévia de escrita e a estrutura dos livros poderia ser um pouco melhor. Mas a pesquisa histórica foi extensa e, para quem gosta destes retratos reais de outros tempos da nossa sociedade, estes livros são obrigatórios. Com muitas informações interessantes, apesar da escrita não o ser assim tanto. No entanto, estou a aguardar o lançamento do terceiro volume com um certo entusiasmo.
Estes dois livros moram na estante dos meus pais, uma vez que a autora é prima da minha mãe.
Dos livros que comprei no ano passado, o primeiro foi "Uma Questão de Classe" da Joanne Harris. Esta autora escreveu dois meus livros favoritos (Chocolate e A Praia Roubada) e adoro a forma como escreve. A sua escrita é muita vezes descrita como viciante e eu concordo. Tenho vários dos seus títulos e já li e reli todos eles. Há sempre uma certa aura de mistério e nunca conseguimos adivinhar o final, há sempre umas reviravoltas que nos trocam a lógica e que adoro!
"Uma Questão de Classe" passa-se em St. Oswald, o mesmo colégio antigo e cheio de mistérios e tradições do livro "Xeque ao Rei" e tem a mesma personagem principal, o professor Roy Straitley. Para quem gosta de mistérios com uma pitada de policial, este é um bom livro.
O segundo livro dos livros comprados foi "O Jogo de Ripper", o primeiro policial escrito por Isabel Allende. Adoro a escrita desta autora, é muito envolvente e os seus personagens são sempre muito interessantes, bem como as suas histórias.
Mesmo sendo um estilo de livro diferente do seu habitual, a qualidade da sua escrita é sempre fenomenal e, para mim, ela ganhou este desafio. Gostei muito e irei lê-lo novamente, de certeza. Junto com muito gosto mais este livro aos outros que já tenho da autora, na minha biblioteca pessoal.
Ainda no ano passado também reli um outro livro de Isabel Allende: "Eva Luna". Este foi dos primeiros livros que comprei desta escritora, ainda andava a tirar o curso (ou seja, já o tenho há perto de 20 anos😑) mas que já li seguramente umas 3 ou 4 vezes.
Li também "Sem Sangue" de Alessandro Baricco, um dos livros que vinham por 1€ na revista Sábado, há muitos anos atrás. Nunca me tinha despertado interesse e, para dizer a verdade, não gostei muito. Foi talvez o livro que menos gostei, dos que li no ano passado.
Não foi do tipo de escrita que não gostei. O tema em si e o final da história é que não me agarraram. Um pouco violento demais para o meu gosto.
Não foi do tipo de escrita que não gostei. O tema em si e o final da história é que não me agarraram. Um pouco violento demais para o meu gosto.
Ainda destes livros que vinham por 1€ (já lá vai o tempo em que havia promoções e ofertas de livros na compra de outros artigos...) e que ficaram esquecidos na estante, também li este ano a famosa "Crónica de uma Morte Anunciada" de Gabriel Garcia Marquez. Adorei a escrita e a forma como transformou um acontecimento violento, numa história deliciosa e muito agradável de ler. Penso que nunca li outro livro deste autor, o que é uma falha para mim. Gostei muito, talvez por ser um autor sul-americano.
Não sei porquê, mas gosto muito da escrita e das histórias de muitos escritores sul-americanos. Talvez não sejam todos assim, mas dos que já li, a maioria são todos contadores de histórias fabulosos. Desde Isabel Allende até ao Jorge Amado, passando por Lygia Fagundes Telles, Luis Sepúlveda e António Skármeta (dos que me lembro de ter lido), tenho gostado de todos.
Para finalizar a lista de 2018 encontram-se os livros "O Véu Rasgado - A Minha Vida na Arábia Saudita" de Carmen Bin Laden - autobiografia que achei muito interessante - e "Justine" de Lawrence Durrel - que me custou muito acabar de ler. Não gostei, achei muito aborrecido.
Este ano já vou no segundo livro e, para não me esquecer da lista, comecei a tomar nota na agenda😏. Mas este assunto fica para outra altura.
Quais destes livros é que vocês conhecem? E que títulos/autores é que vocês aconselham para futuras leituras?