sexta-feira, 8 de abril de 2016

A Erva de São Roberto

Hoje, num passeio matinal com a minha mãe, por um caminho que eu já não percorria há anos e rodeadas de várias ervas e flores silvestres, tive uma lição gratuita de "Ervanária". 

Eu já falei anteriormente (aqui), onde é que vou buscar muitos dos meus conhecimentos da Natureza, das práticas de sustentabilidade natural, agricultura biológica e tratamentos naturais. Para além da informação espalhada pela Internet, dos livros sobre plantas e tratamentos naturais, da herança dos meus avós, aprendo ainda muito com a minha mãe. É que ela, lá no "computador" dela, tem imensa informação sobre ervas, plantas, usos antigos e aplicações medicinais.
E hoje, relaxando naquele ambiente calmo, ela começou a debitar informação e mais informação sobre todas as ervas silvestres que encontrámos. 

Erva de São Roberto, já com os seus "bicos de cegonha" desenvolvidos
No meio dessas ervas, estava a Erva de São Roberto.

Conheço esta erva desde sempre, o seu cheiro lembra-me a infância, pois traz-me felizes recordações das brincadeiras nos quintais e dos passeios que dava com o meu avô materno. Ainda hoje quando a cheirei, senti um aconchego no coração, daqueles de felicidade pura. Até parece impossível, não é? Não é que o aroma em si seja muito agradável, é mais uma questão de memória sensorial.

Também conhecida como Erva Roberta, Bico de Grou ou Fura Sacos, é bastante vulgar por aqui. Utilizam-se todas as partes aéreas da planta (folhas e flores), seja em infusões, decocções ou cataplasmas. A Erva de São Roberto possui propriedades adstringentes, antidiarreicas, hemostáticas, vulnerárias,anti-sépticas e tónicas. 

Ramo de Folhas de Erva de São Roberto (mão da mãe)
É usada vulgarmente no tratamento de diarreias ligeiras não infecciosas (em infusão), no tratamento de estomatites, amigdalites inflamatórias e inflamações da boca e gengivas (em gargarejos), no tratamento das hemorragias nasais (por irrigação nasal) e para lavar pequenas feridas da pele, ferimentos e arranhões (líquido obtido por decocção concentrada)

Podem-se também fazer cataplasmas das folhas frescas pisadas e colocar directamente sobre ferimentos superficiais, o que dá muito jeito se se andar no campo, se se fizer um arranhão e não se tiver um estojo de primeiros socorros à mão. 

E a partir de hoje, graças às dicas da minha mãe, nunca mais irei confundir a Erva de São Roberto com a Fumária (que é outra erva silvestre medicinal).
Informação teórica
Nada como uma "saída de campo", para ver na prática como são as plantas que conheço dos livros e da Internet.

Bom fim de semana!

27 comentários:

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Uma erva muito interessante com com propriedades muito boas para a saúde.
Um abraço e bom fim de semana.

nat. disse...

:)
E não é que ontem andei a pesquisar na internet as propriedades da erva de S. Roberto?

Lembrei-me de andar no campo com a minha avó, quando era pequena, e ela ir apanhando as plantinhas para fazer chá...
Tenho que ver se encontro para a minha zona...
Sabes se tem alguma contra indicação?

Beijinhos

Os olhares da Gracinha! disse...

Por aqui também as encontramos e há quem a use com frequência!
A grande vantagem de vivermos na "natureza"...Sábado bem a seu gosto!!!

chica disse...

Além de passear, consegues aprender mais e mais! Legal! bjs, chica

Olinda Melo disse...


Olá, Catarina

A Natureza não se cansa de nos mimar com ervas que pelo seu aroma e suas propriedades nos trazem grande felicidade pela evocação de tempos e lugares e também pelo bem que nos fazem. Nós é que na maior parte das vezes não recorremos a ela, preferindo consumir comprimidos e quejandos que só fazem mal.

Ontem, lá no Xaile, também eu fiz referência a uma planta, o marroio, mais pela retórica do que outra coisa porque me apareceu num livro que ando a ler. Pelos comentários fiquei a saber que é uma planta bem conhecida, só eu é que, pelos vistos, não a conhecia.

Desejo-lhe um bom fim de semana.

Bj
Olinda

Catarina disse...

Minha querida que bom que tens esses ensinamentos, na minha opinião dos mais preciosos que podemos ter. E eu agradeço-te muito por os partilhares aqui!
Beijinho enorme e boa semana*

Andreia Morais disse...

Não conhecia
Bom fim de semana :)

r: Obrigada*

Lete disse...

É sim senhora, uma erva de muito valor para a nossa saúde. E nada como um passeio com a nossa mãe para nos mostrar como é imprescindível o seu conhecimento, a sua sabedoria, o seu carinho e o seu amor por nós. Um belíssimo momento de ternura e de valiosos ensinamentos entre mãe e filha.
Obrigada pelas partilhas deliciosas que fazes connosco, Catarina!

Bella disse...

Muito interessante este post!

Na minha terra é conhecida por relógios, porque os bicos viram para o sol quando os pomos na roupa :)
Por cá usa-se a infusão para beber para limpar o sangue e também para lavar o cabelo.

bjs

Unknown disse...

Bom dia, Catarina.
Tão bom ter uma professora particular para ensinar.
Eu, há muitos anos, tive assim uma tia. Sabia tudo sobre as ervas e a cura através delas.
Eu sei uma ou outra, pouquita coisa.
E, para além da aula, o passeio por todo esse verde te fez muito bem e deu saúde, de certeza =)
bj amg

cozinha100segredos disse...

Já ouvi falar dessa erva embora não a conheça muito bem! A minha mãe e a minha avó é que são especialistas nas ervas! Beijinhos

Simone Felic disse...

OLá Catarina
A natureza esconde verdadeiros tesouros, acho que a cura de muitas doenças está nelas, com certeza, pena que não há tão grande incentivo as pesquisas.
bjs e boa semana.

http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/

Teresinha disse...

Quanto ao milho:
Amiga, nem de lata nem congelado! É milho descascado que se vende empacotado; há branco e amarelo. Costumo usá-lo na Cachupa, um prato que aprendi a fazer em Cabo Verde.

Quem me dera conhecer assim as plantas!!! Gosto de infusões.
Bjs

Zizi Santos disse...

Olá
é disso que sinto falta aqui na zona urbana do RJ , uma natureza medicinal.
Você e sua mãe tem esse privilégio de poder passear e colher essas ervas e fazer infusões. Além de nos trazer ricas informações!
Fui ver na internet mais um pouco sobre essas erva de São Roberto e realmente confundem com a Fumária.
Na minha infância, sempre usávamos ervas para nossos males e ferimentos. O mastruz era usado como unguento nas machucaduras e também macerado com leite e açúcar era um excelente vermífugo.
O cheirinho dessa erva tb era delicioso. Posso imaginar suas recordações ao cheirar a erva do São Roberto. Não muito agradável, mas que trazia a memória dos bons momentos.
muito bom conhecer essa erva aqui no seu post.

bjs

Joana disse...

São óptimas estas saídas de campo!
E são óptimas estas aprendizagens!
É uma erva bastante interessante.
Um beijinho

Anónimo disse...

Eu saí da província com 11 anos, mas mantenho uma memória muito precisa acerca de muitas plantas e até de animais (pássaros, insetos, etc).
Naquele tempo começavamos cedo a acompanhar os pais nas lides do campo e aprendi imenso com eles. Eram ambos analfabetos (o pai sabia ler e escrever um pouco), mas eram sábios. Olhavam para o céu de véspera e dizia que tempo ia fazer no dia seguinte. Faziam tudo o que era preciso, desde a casa, a lavoura, alguma mecânica rudimentar, porque vivíamos isolados, a 5 Km da vila.
A vida era muito difícil, mas tenho tantas saudades daquele tempo... das galinhas, do porco, do burro e até das carochas. Eu brincava com carochas, lagartas e gafanhotos. Apanhava grilos e metia-os em gaiolas feitas de cana e cortiça. Fazia carrinhos de arame e corria a fazenda montado em cavalinhos de cana.
Depois trouxeram-me para a cidade, mas a minha alma ficou lá... no cimo das figueiras e laranjeiras, na sombra do pinheiro manso e na frescura da água do poço.
Lisboa está cheia de "agricultores" desenraizados. Basta ver as couves e batatas semeadas nas bermas do IC 19 e da Radial da Pontinha...

CÉU disse...

olá, Catarina...

tenho vários livros sobre as propriedades das plantas e, não sendo propriamente ecológica, dou imensa importância as, com acento grave, suas propriedades, cheiros e sabores.

conheço mto bem esta erva e já tomei chá feito com as suas folhas por questões intestinais. eu gosto do cheiro de quase todas elas. é isso, como tu dizes - lembra-nos tempos passados, de meninas e moças.

o meu blogue está semi parado, portanto, sem novos posts, pke fui operada a mão dta no início de março, mas o cirurgião esqueceu-se de fazer o trabalho todo e faz hoje uma semana, fui operada outra vez, portanto, outros cortes sobre os mais antigos. tenho a mão com pontos, costurada do punho ao anelar e movimento-a mto pouco e com dificuldade. enfim, é necessário tempo, mto tempo. sofria de contratura de Dupuytren. tenho de ter paciência e vocês farão o favor de esperar.

beijos e boa semana.

CÉU disse...

Catarina,

talvez já te não lembrasses, mas no teu post do dia 09 de Março, e no comentário k lá deixei, referi k tinha feito uma cirurgia a mão dta. estive, agora, a ler.

beijos.

Anónimo disse...

Que bom saber estas coisas que podem vir a ser uteis :)
Beijinho

Cláudia S. Reis disse...

A minha mãe também tem alguns destes conhecimentos e sabe tão bem aprender com elas! Não conhecia esta planta mas agora fiquei com curiosidade de experimentá-la na próxima vez que precisar.

CÉU disse...

olá, Catarina...

creio k agora está tudo esclarecido e entendido.

qto a minha mão, tenho um longo percurso para fazer. enfim, há k saber esperar.

beijos e cont. de boa semana, embora o tempo esteja mto desagradável.

Marta Moura disse...

Sou tão ignorante nestas coisas!

Isilda disse...

Eu nada percebo de plantas:-( e fico assoberbada ao ler posts como o teu. Admiro profundamente pessoas como a tua mãe cujo saber vem da experiência adquirido. Felizmente estás lá tu para ele não se perder.
Beijnho

Un Colibrí Viajero disse...

me gusto pasar a leerte!!!
muy interesante!!!
te dejo un gran abrazo!!!

Te disse...

Não percebo NADA de ervas, nem destas nem de nenhumas, nem uma simples horta de aromáticas consigo fazer crescer em casa. :-(

Esses passeios entre as duas têm de ser bem aproveitados, assim a informação passa do "computador" dela para o teu e do teu para o de todos nós através do blog. :-)

Já montas-te o teu armário cápsula? Adorava ver.

As Mulheres 4estacoes disse...

Até hoje desconhecia essa erva.
Interessante saber um pouco sobre suas propriedades,quantos remédios existem na natureza que desconhecemos.
Um abraço,
Sônia

Nadja disse...

Oi Catarina!

Que delícia de Blog!
Eu também sou apaixonada pela natureza! Precisamos preservá-la, não é?
Amei seu espaço!

Bjks

http://nadja-cacarecos.blogspot.com.br/