quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Sustentabilidade e Redes Sociais

Quando comecei a pensar em levar o "Ecológica, quem? Eu?" para as redes sociais, várias questões foram surgindo na minha cabeça. A maioria delas ligada à questão de poder ser contraditório escrever sobre sustentabilidade, natureza, slow-living, ambiente (entre outros temas do género) e ir-me ligar às redes sociais, que são, muitas vezes, o baluarte e o principal exemplo de tudo o que critico na nossa sociedade actual.

E andei neste vai não vai, inscrevo-me não me inscrevo, divulgo não divulgo, durante uns meses. A verdade é que as redes sociais já são parte da nossa sociedade e, para o melhor e para o pior, elas vieram para ficar. E já estão bem enraizadas.

Se eu critico o facto de as pessoas andarem sempre com o telemóvel "agarrado", de não se conseguirem desligar das "selfies", de perderam tempo a ver a falsa felicidade dos outros e de ficarem deprimidos por causa disso, ao invés de lerem um livro, fazerem um piquenique com a família e/ou os amigos ou passarem um bom bocado na horta ou com um animal de estimação? Sim.
Se critico a selvajaria virtual das pessoas, a que se assiste quando acontece alguma coisa negativa, e o desregramento e falta de contenção nas opiniões e desinformação? Sim.
Se critico as pessoas que muito "teclam" e "postam" mas que na verdade pouco fazem e normalmente são Madres Teresa de Sofá (pois pôr a mão na massa e tomar atitudes reais para que a vida de todos seja melhor dá trabalho)? Sim.

Mas também penso que isso não é culpa das redes sociais, não totalmente. A culpa é das pessoas. Da forma como se deixam envolver e do desconhecimento. Da forma como a nossa sociedade está estruturada e o que é consensualmente aceite como sendo "a felicidade".

Se eu posso escolher desconectar-me totalmente e continuar a fazer o que faço, fazendo a minha parte (e às vezes a dos outros também)? Sim, posso.
Se eu posso ficar sossegada no meu canto a fazer as minhas coisas, horta, contemplação da natureza, vida saudável, procurar comércio justo e fazendo o mais que posso, sem entrar no consumismo maluco e sem fazer publicidade disso? Sim, posso.
Se eu posso isolar-me nos meus processos do que eu acho correcto, justo e sustentável e não mostrar, exemplificar, divulgar e nem me chatear com os disparates que os outros fazem? Sim, posso.

Mas, depois de muito reflectir, cheguei à conclusão que isso não era correcto. Por muito que a maioria do tempo eu esteja cansada da sociedade actual e prefira o isolamento, se eu tenho uma hipótese de divulgação das minhas ideias, devo aproveitá-la. Pois se existem estas plataformas de divulgação, elas devem ser usadas para o bem comum. Não seria apenas egoísta da minha parte guardar informação e conhecimento apenas para mim?
Além disso, muitas vezes vejo ou leio algo digno de partilha e que não se enquadra no formato que eu tenho aqui no blogue.  Assim, posso mais facilmente partilhar conteúdos e partilhar mais de mim e das minhas coisas e (quem sabe?) até ser um exemplo, para que cada vez mais e mais pessoas abracem um estilo de vida sustentável.

Conclusão: juntei-me a "eles" e para além deste meu/vosso espaço habitual, podem me encontrar nas várias redes sociais, cada uma com a sua especificidade.

Google + :
O espaço onde nós, bloggers do Blogger, nos reunimos em círculos e espreitamos as novidades dos blogues que gostamos de seguir e ler.
https://plus.google.com/u/0/106375204044090390508
Pinterest :
Onde guardo inspirações, receitas, truques para a horta, ideias de reciclagem, upcycling e muito mais.
https://pt.pinterest.com/cathenriques

Facebook :
Página do blogue e espaço de partilha de notícias, eventos, bons exemplos de sustentabilidade, modos de vida inspiradores, sugestões de passeios, entre outros.

https://www.facebook.com/ecologicaquemeu/
Instagram :
Achados, paisagens lindas, novidades da horta, curiosidades, animais, água, tudo isto em imagens em forma de fotos.

https://www.instagram.com/ecologica_quem_eu/ 

Se sentirem essa curiosidade, cliquem nas imagens e vejam o que se passa por lá. Mas atenção! Estes são espaços de divulgação, apenas para preencher lacunas que não consigo preencher aqui no blogue. Este é e será sempre o meu espaço especial e principal.

Boa quarta-feira e bem-vindo Setembro!
(Está quase a chegar o Outono! Que bom!!)

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Alfazema aos Molhos!

A Alfazema, também chamada de lavanda ou lavândula, cresce um pouco por todo o lado, em Portugal. Aqui nesta zona é habitual vê-la nos jardins e hortas e o Verão é a altura da sua floração.


Quando plantada na horta, vai atrair insectos polinizadores e afastar roedores, tais como ratos e ratazanas. Está no topo da lista de plantas a colocar na minha horta (detesto ratos!).

E não é só na horta que a Alfazema afasta "bichos": pode (e deve) ser usada em casa, pois é muito eficaz para afastar naturalmente traças da roupa e, além disso, ainda perfuma as gavetas e armários.

Mas as propriedades da Alfazema não ficam por aqui: o seu óleo essencial é usado como anti-séptico, tónico, anti-espasmódico e regenerador da pele. É também usada no tratamento de ansiedade, insónias, falta de apetite, agitação, angústia e outras enfermidades do género. Tanto é usado o seu óleo essencial, como partes da planta seca (principalmente em infusão e banhos relaxantes).

Na culinária usam-se as flores secas para aromatizar açúcar, doces, biscoitos, compotas e sobremesas. O mel produzido a partir das flores de Alfazema é considerado um mel de qualidade superior.

Eu gosto de ter um saquinho na gaveta da roupa de cama, pois o seu aroma relaxante transfere-se para os lençóis e fronhas, melhorando a qualidade do meu sono.



No final de Julho apanhei um bom molho de flores de Alfazema. Coloquei a secar e vou fazer "rocas" de Alfazema, para perfumar as minhas gavetas. 


Para colocar a secar basta separar as hastes em pequenos molhos, atar com fio ou fita e colocar virado para baixo uns dias. Como o seu aroma tem propriedades relaxantes e calmantes, decidi colocar os ramos a secar no quarto, mesmo acima da cabeceira da cama.

Agora que já as hastes já secaram um pouco, é tempo de fazer as "rocas" cheirosas, relaxantes e insecticidas. Fiz um passo-a-passo com fotografias, para explicar mais facilmente o processo.


Limpar várias hastes da planta das flores e ramos em excesso e juntar num raminho. Atar com fio, fita ou ráfia, 1 ou 2cm abaixo das flores. 

Virar as hastes para cima das flores de forma a fazer uma espécie de gaiola.



Voltar a atar em baixo. 



Fazer novo processo de "engaiolamento" das flores. 


Se alguma haste se partir, usar o fio para segurá-la na forma.

Atar novamente, em cima e em baixo e cortar as pontas das hastes.
E já está! É fácil, não é? 

Aproveito ainda as flores que sobraram do desbaste das hastes usadas nas rocas e coloco-as em sacos de tecido.


Deixo-vos ainda outras sugestões interessantes de como utilizar Alfazema (é só clicar nos links abaixo):

- Açúcar de Alfazema


- Hidratante Natural de Alfazema

Boa quinta-feira e bons sonhos :)


quarta-feira, 3 de agosto de 2016

A Horta de Agosto (2016)

O Verão tardou, mas agora que chegou, veio com o calor em força. Veio até com força demais, pois parece que o passado mês de Julho foi o segundo mais quente que há registo, desde 1931!

E com isto a horta ressente-se: temos que regar mais vezes e há culturas que não desenvolvem o esperado. Os pepinos, apesar de terem começado bem, agora praticamente desapareceram e os pimentos continuam muito enfezados.

Mas nem tudo é mau, muito pelo contrário! A época oficial do tomate já começou para estes lados e dia sim, dia não, tenho colhido dos ditos. Apanho-os ainda não totalmente maduros e como são dos "verdadeiros", não noto acidez no sabor. 


Eu só gosto mesmo do sabor do tomate nesta época, que é a altura dele. E têm que ser tomates "da horta", para terem aquele sabor característico, às vezes até levemente adocicado (como o do tomate coração maduro). Decididamente tomates do supermercado não são para mim :)


O feijão verde, esse continua a dar. Já vem com menos força e as vagens são mais curtinhas, mas todos os dias apanho um punhado delas. E não é que alguns feijoeiros ainda estão a dar flor? A continuar assim vamos ter feijão verde até Setembro, haja água para a rega.


O feijão seco está quase no ponto para ser todos apanhado. Até já fui apanhando algum que foi secando mais cedo. Agora é só descascar e guardar num local fresco e seco.
O meu truque para que não apanhe "bicho" (como se diz por aqui) e que se conserve durante mais tempo, é colocar o feijão seco já descascado dentro de um saco, levar ao congelador uns dias e depois tirar e acondicionar como de costume. Dizem os entendidos que mata o bicho do feijão.
E eu confirmo, acaba-se o feijão esburacado.

As courgetes (abobrinhas) floriram bastante, mas deram pouco até agora. Resolvi insistir e aumentar a rega e deu resultado. A courgete da foto abaixo já está no frigorífico, à espera de uma receita diferente, daqui.  


Aumentei também a rega das melancias e dos melões. Mas se nas melancias se nota a diferença, nos melões nem por isso. Para já só estão a dar folhas e umas florinhas que ainda não deram frutos :(

A salsa agora é que está em força e eu que adoro, agradeço à mãe Natureza :) Confiram aqui os benefícios desta bela erva aromática.

Os coentros já espigaram todos e até já apanhei e guardei a semente, tanto para usar na próxima sementeira, como para usar na cozinha, nalguns pratos com sabores mais asiáticos.

As beterrabas também já estão com um tamanho mais razoável e já usei algumas na sopa. 
Eu gosto de comer sopa todo o ano, não dispenso mesmo no tempo quente. Não troco sopa por salada de alface, pois é uma forma maravilhosa de ingerir os nutrientes necessários a uma vida saudável, de uma vez só. Às vezes até ponho alface na sopa, antes de a passar. Assim como na mesma a alface e os restantes legumes. Fica uma sopa-salada :)
E vocês, preferem sopa ou salada?

Boa quarta-feira!