segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

De Tudo um Pouco

Estes últimos dias têm sido um corrupio. Não, não é a barafunda do Natal, que eu disso já me deixei (há largos anos). São novos projectos, uma formação extra e muitas visitas a Coimbra para tudo isto. Ufa, que canseira! 
E como o tempo não dá para tudo, infelizmente foi o blogue que sofreu, mais as visitas e comentários nos vossos. Mas espero que me perdoem, pois já voltei :)

Há alguns dias atrás fui nomeada para uma TAG, pelo pessoal do OPINA - Espaço de divulgação cultural,  o que muito me lisonjeou. Não conhecia o blogue e fiquei bem agradada com o espaço e pela nomeação, que agradeço desde já :)


Passo então a explicar a TAG e suas regras:

- Responder a todas as perguntas;
- Indicar no mínimo 11 blogs com menos de 500 seguidores;
- Colocar o selo da TAG (está em cima);
- Colocar o link de quem indicou. 

Aqui vão as perguntas e as minhas respostas:

1) Qual é o teu estilo de música favorito?

O favorito de todos é o Rock, é a minha essência. Mas também adoro Indie e muitos outros estilos que me apelem à alma e que sejam menos "mainstream". Não sou decididamente é uma miúda de música comercial e que esteja "na moda".

2) Qual é a tua peça de roupa preferida?

Não tenho uma peça de roupa que possa considerar preferida. Toda a roupa tem a sua utilidade e dependendo da altura do ano, uso mais ou menos vezes. Agora, nesta altura do ano, posso considerar que seja o gorro. Não gosto de perder calor pela cabeça :)

3) Qual é o teu calçado favorito?

Calçado que seja confortável e bonito. Gosto muito de sapatilhas, pela versatilidade. E porque preciso delas para correr, caminhar, andar na serra e até para andar na horta, pois uso as sapatilhas velhas, para lhes dar um último uso.

4) Camisa ou camisola? Calças ou calções?

Camisola e calças, definitivamente, pelo conforto e uma vez mais, pela versatilidade. Mas não digo que não às outras duas, há sempre ocasiões para as camisas e calções :)

5) Cabelo estiloso ou tradicional? Liso ou encaracolado?

Cabelo com personalidade e conforme a vontade. O meu como é ondulado, tanto o ponho liso, como lhe dou uns jeitos para ficar com uma espécie de uns caracóis.

6) Brigadeiro ou gelado?

Apesar de gostar muito de chocolate, aqui vou escolher o gelado. É o meu pecado de todo o ano!

7) Doce ou Salgado?

Normalmente salgado. Mas como não gosto de radicalismos, de vez em quando gosto de atacar nos doces.

8) Como defines o teu estilo?
 
Ecológico? Na verdade, não sei como o defino. Posso dizer que NÃO SOU clássica, nem de modas, nem hippie, nem desmazelada, nem formal, nem girly, nem... Gosto de coisas bonitas e elegantes e práticas. O meu estilo é o meu. E é um organismo vivo, está sempre a aprimorar!

9) És do tipo de pessoa que consome bastante ou que só compra o básico?

Bem , esta é fácil :) Só compro o que acho que seja necessário. E mesmo isso... tenho uma grande veia... forreta poupada. (achavam que eu ia dizer ecológica? também.)

10) Consideras-te vaidosa?

Vaidosa não. Sou orgulhosa de mim. Agora. E isto implicou (e ainda implica) um grande esforço para me conhecer a mim mesma e aquilo que é (realmente) importante para mim.

E foi isto :) Agora já me conhecem um pouco mais.

Estes são os blogues que eu indico para esta TAG:

Manualidades e não só - http://manualidadesenaoso.blogspot.pt/
A trajetória de Ex Não Vaidosa - http://vaidadezero.blogspot.pt/
Bolos com creme, disse ela! - http://coffeecakeandabookplease.blogspot.pt/
Fascínio pelos pontos - http://fasciniopelospontos.blogspot.pt/
Outras coisas da Teresinha - http://outrascoisasdat.blogspot.pt/
The [not so] girly girl - http://the-not-so-girlygirl.blogspot.pt/

E todos os outros que queiram participar!!! Levem a imagem e respondam as perguntas.

Uma boa semana para todos e por favor não sejam engolidos pela barafunda do pré-Natal :)
 

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Doce de Castanha

umas duas ou três semanas atrás, fomos passear para os lados do Caramulo, em busca de locais para fotografias de Outono. Na zona de Pedronhe existe uma queda de água meia escondida, bem interessante, que se chama Bica da Água D'Alta. Para se chegar a esta queda de água, temos que percorrer um caminho ladeado de castanheiros e outras árvores autóctones. Já há dois anos lá tínhamos ido, também no Outono, e nessa altura apanhámos uma sacada de castanhas, castanhas essas que se espalhavam pelo caminho fora.

Este ano não foi diferente: enquanto ele tirava fotografias, eu apanhava castanhas :) Apanhei cerca de 2,5 quilos de castanhas, bem grandes. Estava já com a ideia de experimentar fazer Doce de Castanha, por ter visto num programa de televisão fazerem "Creme de Marron" (que é um sabor típico francês, de recheio de crepes) que me pareceu delicioso.


Castanhas apanhadas nesse dia
Como não tenho muita prática em fazer doces e não conheço os pontos de açúcar, pesquisei umas quantas receitas e acabei por fazer o Doce de Castanha deste modo:
Cozi as castanhas (previamente golpeadas) em água com um pouco de sal.

Quando cozidas, descasquei-as ainda quentes, para ser mais fácil tirar a pele.

Desfiz com um garfo a parte das castanhas cozidas que iria ser usada no doce.

Coloquei o açúcar com a água num tacho largo e levei a lume forte até ferver.
Depois de ferver um bocado, juntei as castanhas e deixei ferver mais uns minutos até sentir a engrossar mais.
Passei a mistura com a varinha mágica e deixei ferver mais um minuto. Depois desliguei e deixei arrefecer um pouco.
Coloquei em frascos de vidro esterilizados e deixei um pouquinho no fundo do tacho para o pessoal (e eu) provarmos :)))


As quantidades que usei foram as seguintes:

Para 500g de castanhas cozidas e descascadas, 300g de açúcar amarelo menos uma colher de sopa, 1 colher de sopa de açúcar baunilhado e 300ml de água.

Dá cerca de 3 frascos médios.

O resto das castanhas cozidas que não utilizei, congelei. Irei utilizar mais tarde em puré de castanha, que já ando há anos para experimentar fazer.

Castanhas cozidas, peladas e desfeitas, prontas a congelar

Quanto às fotografias de Outono, deixo-vos uma pequena amostra. E não digam que o nosso Portugal não tem paisagens bonitas para admirar :)


https://www.facebook.com/hugo.ferreira.myimagingtours.photography?ref=ts&fref=ts


Uma boa semana de Outono!

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Florestar Portugal e São Martinho

É já nos dias 21, 22 e 23 de Novembro, que a organização Amo Portugal, volta a fazer das suas... boas iniciativas!

Eu conheci esta organização quando participei numa das suas iniciativas anteriores, o Limpar Portugal. Foi numa das primeiras vezes que foi organizado, num dia de chuva intenso, e apesar da molha, e de não me terem dado a t-shirt que tinha direito, foi uma experiência muito interessante, onde pude ver a quantidade de LIXO que existe nas nossas matas. Um abre-olhos. Como se pode ler na sua página, a Amo Portugal tem como objectivo "APROXIMAR DA FLORESTA todos os CIDADÃOS, especialmente os mais JOVENS!"

Para além do projecto Limpar Portugal, eles também organizam outro projecto importante para a saúde das nossas florestas, o Florestar Portugal, que eu já tinha divulgado aqui anteriormente

E este ano volta a haver este evento: o Florestar Portugal 2105. Segundo a Amo Portugal, o objectivo deste evento é florestar, com árvores autóctones, vários pontos de Portugal. Entre os vários tipos de árvores características do nosso país contam-se a Azinheira,  o Amieiro, a Cerejeira-brava, os vários tipos de Carvalho, o Freixo, o Medronheiro, o Zambujeiro, o Sobreiro, o Salgueiro-branco, o Ulmeiro, entre outros.

(imagem daqui)
Passem na página deles, conheçam melhor esta organização e o que fazem ao longo do ano.

Para mais informações das actividades que vão decorrer nestes dias, vejam aqui.

Para se inscreverem como voluntários, cliquem aqui


*        *        *        *        *

E  amanhã comemora-se o dia de S. Martinho. 
É dia de comer castanhas, fazer magustos e de provar a água-pé e a jeropiga. 
E como se costuma dizer na sabedoria popular: 

No dia de S. Martinho vai à adega e prova o vinho.
Se o Inverno não erra caminho, têmo-lo pelo S. Martinho.
No S. Martinho: lume, castanhas e vinho.
No dia de S. Martinho, mata o teu porco e prova o teu vinho.
Queres pasmar o teu vizinho? Lavra e esterca p'lo S. Martinho.

 Bom dia de S. Martinho! Quem gosta de castanhas?


quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Decoração de Outono

Agora que o Outono já se instalou de vez e o frio começa a apertar, começamos a pensar no quentinho das lareiras, dos ventiladores, do aquecimento central e outros “aparelhos” semelhantes. Mas isto traz custos, tanto monetários como ecológicos.

A primeira medida para atrasar a utilização de qualquer uma destas formas artificiais de aquecimento é: vestir mais roupa, pois claro. Mais uma camisola, mais um casaco, umas meias mais quentinhas, um lenço ou cachecol para proteger a garganta, um gorro para não deixar o calor sair pela cabeça (proteger a cabeça do frio é mais importante do que se pensa).

Já em casa, faço o mesmo. Troco a “roupa” da casa e junto-lhe umas peças mais quentinhas. Para além das mudanças evidentes na roupa da cama, em que se coloca mais um cobertor ou edredon e lençóis de um tecido mais quente, faço uma outra mudança nas peças que “vestem” a casa. 
Esta alteração apesar de aparentemente ser só estética, vai permitir adiar o dia em que se acende a lareira/fogão de lenha ou se liga o aquecimento e/ou ventiladores. E é tão simples:

- Volto a colocar os tapetes na sala e no quarto (tinha-os tirado no Verão). Já não sabe bem andar descalço no chão simples e até com as pantufas se nota a diferença térmica.
- Troco os cortinados leves de Verão por uns de tecido mais grosso, que ajuda evitar as saídas do calor pelas frinchas que possam haver nas janelas e as entradas de frio exterior.
- As mantas voltam aos sofás, pois para já prefiro enroscar-me numa manta, a ligar o botão do aquecedor.
- As capas das almofadas também são trocadas, por umas mais quentinhas.   

(Camisolas velhas transformam-se em almofadas novas) - Imagem daqui
E porque não fazer a reutilização das camisolas que já não se usam (e que muitas vezes só estão a ocupar espaço nos armários) e transformá-las em almofadas aconchegantes?
 
Às vezes bastam umas pequenas mudanças “de roupa”, para adiar o dia em que se liga o aquecimento a primeira vez.

E vocês, fazem mudanças na “roupa” da casa, consoante as estações?

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

O que é SPA - Síndrome do Pensamento Acelerado

Já há algum tempo que ando para falar aqui de Mindfulness, que é um tema que me interessa bastante e com o qual me identifico, pois tem a ver com equilíbrio e "despoluição", neste caso, da nossa mente. Mas antes de falar desse tema, tenho que ir mais atrás e começar pelo início. 
Assim, irei falar hoje sobre o  SPA - Síndrome do Pensamento Acelerado e tentar explicar o que é.

A primeira vez que me deparei com este conceito foi a folhear um livro de Augusto Cury, onde ele fala sobre um dos males que assolam este nosso mundo moderno e "evoluído", a ansiedade. Na verdade, acabei por (também) não comprar o livro deste autor, mas ao ler o que era SPA, relacionei-me com o conceito. Foi então que decidi falar sobre a despoluição da mente, aqui no blogue, e sobre as minhas experiências em relação a isto tudo.

Mas vamos começar pelo início: O que é afinal o Síndrome do Pensamento Acelerado?
Como o próprio nome indica, é quando a nossa mente anda constantemente inundada de pensamentos, sempre acelerada ao limite, levando ao desgaste emocional. Isto advém do excesso de informação, estímulos e actividades a que o nosso cérebro é exposto diariamente. Parece que o nosso cortéx cerebral não gosta deste excesso de informação e transforma-se numa mente "hiper pensante, agitada, pouco tolerante, impaciente e sem criatividade." 
 
Isto soa-vos familiar?
Queremos fazer tudo, ter tudo, ler tudo, conhecer tudo, ir a tudo, e a televisão, os medias, as redes sociais e até a própria sociedade (emprego, amigos, família...) contribuem para isso. E nós tontinhos, vamos na cantiga... 

Mas a verdade é que nós não fomos feitos para esta agitação toda. A nossa mente não aguenta e o nosso corpo também não. Já diziam os antigos: "Quem muitos burros toca, algum há-de deixar para trás".


Estes são alguns dos sintomas identificados do SPA:
- distúrbios do sono;
- agitação;
- impaciência constante;
- irritabilidade;
- falta de memória;
- constante procura de estímulos (p.ex: nas redes sociais);
- fadiga excessiva;
- flutuação de humor;
- constante sensação de cansaço, ao acordar;
- inquietação geral;
- dores de cabeça e musculares;
- queda de cabelo;
- gastrites;
 
Segundo o autor, este Síndrome assola à volta de 80% da população mundial e, quando se entra no tema, consegue-se perceber que é um número que pode ser bem real. Como ele próprio diz: "Pensar é bom, pensar com lucidez é ótimo, porém pensar demais é uma bomba contra a saúde psíquica, o prazer de viver e a criatividade."

Falando da minha experiência pessoal, em relação ao SPA, é como dizem os americanos: "been there, done that". Na verdade, já sofri muito disto e, por vezes, ainda sofro. Também sei que não sou a única a sentir-me assim, pois passeando nalguns blogues, trocando comentários com outros autores, com amigos e familiares, cheguei à conclusão que é um "mal" bastante generalizado.

Mas, o que se pode fazer para combater isto? Várias coisas, mas para mim a mais importante é tomar consciência. A partir do momento que se toma consciência, que se identifica que há um problema e que se quer resolver esse problema, a solução fica mais perto.

A "limpeza" da (minha) mente do frenesim actual e distinguir o que é necessário do que é acessório, são também passos importantes na conquista do (meu) equilíbrio. Mas isto já é assunto para outro dia :)

E vocês, sofrem de SPA? Já conheciam o conceito? 

Para mais informações sobre o tema, vejam aqui.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

A minha Alimentação

"Nós somos aquilo que comemos."

Depois de ter passado o Verão a ler em vários blogs, mil e uma receitas de sumos e batidos detox (moda Primavera/Verão 2015 na blogosfera...), pensei várias vezes em falar da minha alimentação.
Não sei se é uma alimentação muito diferente da vossa (penso que não) ou se será muito especial, mas tento que seja o mais saudável, equilibrada, variada e ecológica possível.

Eu tenho a sorte de poder comer, diariamente, uns quantos alimentos produzidos por mim ou familiares/vizinhos, que sei que são o mais naturais e livres de químicos possível.

O facto de os cultivar eu própria, ou de serem cultivados na minha zona, também os torna mais ecológicos:
- Porque não tiveram que percorrer centenas ou milhares de quilómetros, gastando combustível e poluindo por aí. 
- Não tiveram que  que ser colhidos ainda verdes e transportados em câmaras frigoríficas para se conservarem "frescos" esses quilómetros todos. 
- Não foram produzidos em massa, desgastando solos e consequentemente tendo que ser utilizados adubos químicos para continuar a assegurar a produção. 

É lógico que não consigo produzir todos os alimentos que consumo, mas a auto-suficiência alimentar, pelo menos a nível dos vegetais, é um dos meus sonhos.

Na verdade, já não me posso queixar muito. Entre cebolas e alhos, batatas, couves todo ano e de diferentes variedades, ervas aromáticas diversas e outros legumes sazonais (pimentos, tomates, chuchus, courgetes, favas, ervilhas...), consigo utilizar, pelo menos um ingrediente da horta, em cada refeição. E quando faço sopa, muitas das vezes só utilizo ingredientes da horta :)

Ainda hoje ao almoço, nas Migas de Feijão Frade, cerca de 50% dos ingredientes vieram da minha horta ou de "hortas amigas". Ora confiram os ingredientes a verde:

Migas de Feijão Frade:

- Feijão Frade cozido;
- Couve Galega cortada em juliana e cozida;
- Broa de milho esmigalhada;
- Azeite q.b.
- Alho picado a gosto (aqui em casa gostamos muito);
- Sal, se necessário.

Aquecer o alho no azeite sem deixar queimar. Juntar a couve, o feijão e a broa aos poucos e alternadamente, envolvendo sempre. Se estiver a ficar muito seco, juntar um pouco mais de azeite. Provar e temperar de sal, se necessário.

E olhem o que nos trouxeram ontem: couves bem naturais (com um caracol a comprovar - vejam logo acima das letras).


 E ainda pimentos e ovos de galinhas caseiras.


Bom fim de semana!!!

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

A Horta de Setembro (2015)

Já chegou o Outono! Quem me acompanha há algum tempo, sabe que é uma das minhas épocas preferidas e que eu adoro as suas cores! Como não gostar?
 
 (Foto Hugo Ferreira)
(Foto Hugo Ferreira)

Quanto à horta, aqui vão as actualizações:

- O chuchu está espalhado por todo lado. Já tivemos que lhe cortar uns bocados pois já estava a "abafar" tudo o que estava perto. Passou o Verão todo a espalhar ramos e folhas, pela horta inteira.


Finalmente já se começam a ver flores e borbotos, parece que vai ser mais um ano de muita colheita :) Durante algum tempo, só se viam folhas... por todo o lado!


- Em Abril, o limoeiro tinha uma florzinha rosa que acabou por desaparecer.
Mas agora, para além dos botões rosa, já tem uma ou duas flores, como na foto abaixo.


Tem também já uns dois ou três limões bebés, como na foto abaixo (não está muito nítida, pois só tem 1 centímetro!). Será desta que vou ter limões?


 - Quanto às maçãs Fuji, deram umas belas maçãs, não muito grandes, mas muito sumarentas e saborosas. Acho que, por serem mais pequenas do que as que se vêem nos supermercados, ficam com o sabor mais concentrado. Estas é que são totalmente sem químicos e algumas têm uns furinhos de lagarta, para confirmar :)


- Lá atrás, vêem-se ainda as couves, plantadas há menos de quinze dias.


 - Nesta horta, há ainda salsa com fartura (este ano tivemos muita), um pé de phisalis que está farto de dar (e que não parece parar...) e uns quantos pés de espinafres "nascediços".

Falta só apanhar azeitona e semear as favas, que no ano passado foi colheita fraca. Vamos ver se escapam aos pulgões, desta vez. 

Bom Outono :)

sábado, 5 de setembro de 2015

Os Passadiços do Paiva

No passado domingo, o passeio foi a Norte. De tanto se falar nisso, lá combinámos um passeio até Alvarenga - Arouca, para ir conhecer os famosos Passadiços do Paiva. Eu confesso que andava com bastante vontade de ir lá conhecer aquilo, pois com tanta publicidade, reportagens e fotos nas redes sociais de pessoas que tinham lá ido (e "adorado"), fiquei com as expectativas bem altas (demasiado).

Não obstante da beleza geral da Natureza (que para mim, é sempre bela), após ter feito o percurso todo, fiquei com a impressão que a montanha pariu um rato. Afinal, tanta coisa, tanto falatório, tanta foto, para quê? Na verdade, não me arrebatou, não me convenceu a voltar lá e só me ficou na memória pelos pontos negativos, o que é mau.

Como o percurso é linear e só íamos fazer a ida, começámos por Areinho, que será mais fácil do que ao contrário (começar em Espiunca). Antes de iniciar a subida, passando pela ponte de Alvarenga, vemos a Garganta do Paiva, que é bastante bonita. Não é necessário fazer o percurso a pé para ver esta parte, pois tem-se acesso por estrada de alcatrão.

Podem ver nesta primeira foto, a primeira escadaria, que nos vai levar às alturas. E logo aqui se começa a ver a dificuldade do percurso. Sol directo e centenas de degraus, para ir desembocar num estradão de terra batida, cheio de pó (que será de lama com as chuvas...). Aqui já se consegue ver a loucura que a publicidade faz. Conseguem ver a quantidade de pessoas que vão a subir as escadas?
(cliquem na foto para aumentar)
Quando se chega ao fim da subida (ufa!), começa-se a ter a percepção do resto do percurso. Para mim, apesar da dificuldade, de tanto degrau e do calor, a parte inicial dos Passadiços foi a que eu achei mais bonita. Já lá em cima, começa-se a ver a Cascata das Agueiras, que é impressionante pela altura, apesar de não levar muita água.


(cliquem na foto para aumentar)
E como quando se sobe, tem que se descer, temos quase o dobro dos degraus para descer, para continuar no percurso. (Coitados do meus gémeos, que ficaram bem doridos com tanto sobe e desce). Vejam na foto abaixo parte do que se teve que descer. Quem faz o percurso no sentido inverso, terá que subir à volta de 700 degraus para finalizar o passeio.


(cliquem na foto para aumentar)
Não pensem que sou molenga. Pratico actividade física regular (quase diária), entre corrida de estrada, trilhos, caminhadas e trekking. Na verdade, o maior esforço físico, para mim que estou preparada, foi esta parte inicial. O resto foi fácil, apesar do calor e da falta de sombras. Agora, não aconselho que se vá fazer este percurso, se não tiver uma boa preparação física, só porque viu uma reportagem na televisão. É duro, principalmente se tiver um dia de sol e calor.
(cliquem na foto para aumentar)
Consequências da seca extrema: o caudal do rio Paiva estava bastante reduzido.


(cliquem na foto para aumentar)
E no final do percurso, uns eucaliptos para ainda me chatear mais (natureza intocada...). Consegue-se ver, através desta espécie não nativa de Portugal, no meio do rio Paiva quase seco, uns afloramentos rochosos, que achei bastante interessantes.


(cliquem na foto para aumentar)
Há realmente umas quantas praias fluviais (mais para o final do percurso, na direcção Areinho - Espiunca). Estavam a abarrotar de pessoas, como todo o percurso. Para mim, e correndo o risco de ser injusta, acho muito mais bonitas as praias que estão perto de mim. Não conseguem competir com a beleza das praias de Coja ou da zona de Góis.

O que na verdade eu achei impressionante, durante todo o percurso, foi a quantidade de pessoas que estavam nos Passadiços. Eram centenas e centenas de pessoas, de todas as idades e compleições físicas, bem preparadas e mal preparadas. Os passadiços estavam sempre a tremer, devido à constante passagem de humanos e alguns cães, ao ponto de não se conseguir tirar grandes fotos (ficaram muitas tremidas). E é espantoso a inconsciência de se ir para um sítio daqueles, sem preparação, no calor, muitos sem água, muitos sem sapatilhas, muitos que não irão se meter noutra destas tão depressa. Havia pessoas a bufar, muitas crianças pequenas, uma senhora sentada ao sol (a meio do caminho, onde não havia sombra largas dezenas de metros, antes e depois) quebrada pelo esforço, cães com a língua de fora e cheios de sede (coitadinhos) e muitos com a sensação que tinham sido enganados por tanta publicidade e "maravilhas" que tinham sido ditas.

Para conclusão:

- Aquela zona geográfica atravessada pelos Passadiços do Paiva é um território com um Património Geológico impressionante. Mas para se apreciar verdadeiramente estas maravilhas, o percurso deveria ser acompanhado de guia e/ou placas com explicações sobre os geosítios. Senão, não sabemos para onde olhar e parece "só" um monte de pedras.
- Aparentemente existem, naquele local, algumas espécies protegidas por lei (tais como a Libélula Esmeralda e os Gonfos de Graslin). Na verdade, a única fauna que vi foram as pessoas e os pobres cães. Com tanta afluência humana, de milhares de pessoas por semana, quais serão as consequências a curto e médio prazo para os ecossistemas da zona? É uma preocupação real. Leiam aqui algumas preocupações do grupo SOS Rio Paiva, em relação aos Passadiços do Paiva e suas consequências.
- Eu até entendo que toda a gente do país, queira visitar esta "maravilha" de Portugal, mas para verdadeiramente se apreciar a beleza do Paiva e as suas singularidades, o percurso deveria ser fechado (continuando gratuito), com restrição para o número de pessoas que fazem o percurso de cada vez. Senão torna-se impossível a verdadeira comunhão com a Natureza e a apreciação do património geológico.
- E se quiserem visitar aquilo que toda a gente fala, vão em grupo, levem muita água, protetor solar e chapéu (se estiver sol), lanche e preparem-se fisicamente.

Bons passeios :)