domingo, 11 de dezembro de 2016

Dicas para Ter uma Horta Biológica

Este blogue foi criado há pouco mais de 6 anos (já?!) e posso dizer que, graças à sua existência, já aprendi muito, já conheci (virtualmente) tanta gente boa e interessante, visitei locais diferentes, fiz coisas que no início não iria imaginar que faria.
A horta é uma delas. 

Quando comecei o "Ecológica, quem? Eu?", vivia numa cidade e já vivia em cidades há praticamente 20 anos - desde que saí da vila onde nasci, para ir estudar fora, na altura do Secundário. Desde aí, em todas as cidades por onde passei, vivi sempre em apartamentos. Pelas razões óbvias, não cultivava praticamente nada. Apenas no último local onde vivi, consegui cultivar algumas ervas aromáticas, na varanda.

Mas a vida dá muitas voltas e lá vim parar novamente à vila onde nasci. Ao local onde moram os meus familiares e os dele, e onde temos terrenos de cultivo, a maioria deles desaproveitados.
Com o blogue a minha veia ecológica aumentou, bem como a minha consciência ambiental e preocupações de consumo e saúde. E uma vez que temos terrenos e algum tempo livre à disposição, começar a fazer uma horta nossa, sem químicos, totalmente biológica, era uma actividade que tinha toda a lógica iniciar.
(Limão em primeiro plano e lá ao fundo o nosso compostor caseiro)
Começámos aos poucos, perguntando aos familiares e vizinhos, pesquisando na internet e experimentando por nós. Com o tempo, chegámos à conclusão que a maioria das pessoas que conhecíamos não praticava o tipo de cultivo que nós queríamos praticar, pois usam químicos para tudo e mais alguma coisa (adubos, insecticidas, remédios...).
Nós não.
Mas com a nossa perseverança lá conseguimos ter resultados razoáveis. Investigação daqui, experimentação dali, contactos e perguntas através de blogues e páginas, aos poucos vamos aumentando e consolidando o nosso conhecimento em bioagricultura (será que este termo existe?).

E é bom poder partilhar este conhecimento com quem quiser ter também uma horta mais biológica :)
Como o último post da horta trouxe algumas questões da vossa parte, resolvi responder a todas duma só vez e partilhar informação com todos.

O Prego e o Limoeiro - questão da Sofia (via facebook):

Já tínhamos plantado o limoeiro há 3 anos e limões nada. Dava flores e mais flores. Às vezes ainda se formavam limões pequeninos, mas depois caíam sempre. Não tínhamos ainda conseguido apanhar nenhum limão.
Foi nesta caminhada, que, em conversa com o pessoal, nos deram o conselho de "castigarmos o limoeiro", ou seja, pregarmos um prego (que enferruje) na base do tronco ou atar com bastante força um arame grosso (de metal que enferruje) à volta do tronco.


E assim o fizemos. Pregámos um prego no limoeiro e outro na clementineira (que foi plantada no mesmo dia e ainda não deu nada - nem flores, sequer).
Foi remédio santo! Nunca mais o limoeiro deixou cair os seus limões.
Segundo a minha pesquisa,  há pelo menos duas explicações para este fenómeno dar resultado:
1º A árvore ao ser "castigada" pode assumir que está a ser atacada e assim apressa-se a dar frutos para prolongar a espécie;
2º A árvore, ao não dar frutos, é porque não está a conseguir assimilar ferro e, ao espetar-se o prego, vai-se conseguir "alimentar" deste nutriente, logo dar frutos.
Não sei qual é a explicação correcta, ou se estão as duas. O que sei é que já apanhei um limão e estou em vias de apanhar mais uns quantos.

(Quatro limões! - imagem da semana passada)
A clementineira, essa, ainda está preguiçosa, mas parece-me que está para começar a florir :) Pelo menos já se vêem uns borbotos minúsculos na ponta dos ramos. Teremos que esperar para ver.

Engordar alho-francês (também chamado de alho-porro ou poró br.) - questão da Carla (via comentários do blogue)

Já plantei alho-francês nas duas hortas, tanto na do quintal e como na que estamos a cultivar agora. Fazendo a comparação entre o resultado das duas hortas, posso dizer que nesta horta tivemos melhores espécimes.
Na horta do quintal a terra é mais argilosa, logo mais dura, e os alhos-franceses gostam de terras fofas, com poucas pedras, para poderem crescer mais e terem uma parte branca maior.

(Alho-francês do Verão Passado - gordo mas não comprido)
Mas o truque para os alhos-franceses ficarem maiores e terem aquela parte branca do caule mais gorda, é ir cobrindo com mais terra as plantas, à medida que elas crescem. Ou seja, quando os alhos começarem a crescer, vai-se acrescentando terra, repetindo o processo à medida que as plantas crescem (não convém passar de um palmo, no total do processo). Assim, o caule vai alongando e engordando.
Nota: Tem que se ter cuidado para não cobrir as folhas com terra, apenas o caule.

Dicas para cultivar alhos - questão da Nat. (via comentários do blogue)

Não me posso queixar das vezes que semeámos alhos, pois deram sempre. Cada dente posto na terra virou uma cabeça, não ouve nenhuma perda, que me lembre.

Segundo o senhor que nos vendeu os primeiros alhos de semente (comprámos numa feira semanal), eles gostam de terra ruim, para poderem "lutar" com ela. Em pesquisa na internet li sempre o contrário, que gostam de terras ricas em nutrientes e fofas. Semeámos sempre na horta do quintal, de terra argilosa e já desgastada em termos de nutrientes. A verdade é que as cabeças não ficaram enormes, mas ficaram de tamanho razoável e bem saborosos.

Uma coisa que é bastante importante na altura de semear é a posição em que se coloca o dente de alho na terra: deve-se pôr sempre com o "bico" virado para cima. Isto pode determinar se o alho se desenvolve ou não.
Os alhos (bem como o cebolo) gostam de cinza, por isso, ao semear e depois, sempre que possível, polvilhar a terra com a mesma. É ideal para quem tiver lareiras ou fogões a lenha, pode assim livrar-se da mesma e as culturas agradecem.

No final do tempo de gestação da planta, por aqui tem-se o hábito de atar as folhas num nó cego. Dizem os mais velhos que ajuda a criar um bolbo maior, pois como não podem crescer para cima, crescem em baixo. Atenção que não confirmo a veracidade desta última dica. Da primeira vez a minha sogra fez isso, mas da segunda não deixámos ninguém mexer nos alhos e a verdade é que as cabeças dos dois anos ficaram mais ou menos do mesmo tamanho.
Mas nada como experimentarem, para ver se dá resultado com os vossos.

Espero ter conseguido esclarecer as dúvidas, fico muito contente por poder partilhar os conhecimentos que vou adquirindo. Este blogue não é só meu, é também de todos o que o visitam. E como este tipo de conhecimentos nem sempre é muito divulgado, espero que fiquem à vontade, tanto para colocar questões como para partilhar comigo informações e dicas.

Boa semana e boas culturas!

terça-feira, 29 de novembro de 2016

A Horta de Novembro (2016)

Depois de um início de Outono anormalmente quente, finalmente veio alguma chuva para regar as hortas. E falando em hortas, a nossa já começa a estar encaminhada.

No final do Verão preparámos uma compostagem "express", com estrume de galinha, folhas secas, alguma erva cortada e borras de café. Passadas algumas semanas já estava pronta a usar e é este fertilizante natural que estamos a usar agora na horta. 
Como podem ver na foto abaixo, o composto já está com o aspecto de terra, só que com mais alguns nutrientes.



Começámos pela plantação do cebolo: novamente sem regos, tal como da última vez. Primeiro preparou-se a terra, usando o composto como fertilizante e no final da plantação, espalhou-se cinza. Plantámos o cebolo no local onde tinham estado as couves, para ser feita a rotação das culturas.


Como o cebolo é uma cultura que é bom precedente para a maioria das outras culturas, plantámos as couves onde esteve o cebolo. Fez-se o mesmo processo: composto, plantação das mudas sem regos e cinza.
Desta vez pusemos menos tipos de couves (apenas brócolos, penca, portuguesa, repolho) e mais espaçadas, para depois, à medida que formos cortando as primeiras, plantarmos outras mais tarde. Assim vamos tendo até ao final da Primavera, espero.


Na semana seguinte, foi a vez das beterrabas e do alho-francês. Plantámos mais quantidade, tanto de uns como de outros. Alho-francês foram 50 pés e beterrabas quase 70.


Usámos novamente o composto e fizemos a plantação também em locais diferentes de onde tinham estado da última vez.


Para preparar estes dois canteiros, tivemos que transplantar a salsa toda para o mesmo local, pois estava dividida entre os dois. Agora está toda num canto do canteiro das beterrabas. Quando fiz o transplante da salsa é que realmente tive consciência do tamanho que as raízes da salsa podem ter. Alguns pés tinham a raiz bem comprida, à volta de 20 centímetros!


Nesta parte do terreno, ao longo da Primavera e do Verão, foram nascendo uma couves-galegas, que não foram plantadas por nós. São "nascediças" de umas que os meus pais lá tiveram há uns 3/4 anos. Na altura, acabámos por deixar a maior parte delas e só arrancámos umas quantas. 

 
Agora tivemos que arrancar a maioria para podermos fazer estas novas plantações, mas abacelámos as mesmas noutro ponto do terreno, para as conservar intactas. Assim, vão conservar-se na mesma, intactas e de boa saúde, até à altura que as transplantarmos para o local definitivo.


E isto foi o que colocámos na horta, em Novembro. 

Estão ainda na lista de vegetais a cultivar:
➝ favas;
➝ ervilhas;
➝ alhos.

Na horta do quintal, ao contrário das minhas expectativas (pensava que ele tinha desaparecido), o chuchu voltou a rebentar e até já tem lá uns quase do tamanho certo para colher.

E o limoeiro, depois de o "castigarmos" com um prego, finalmente já produz limões e não só folhas e flores. Mas sobre esta operação que fizemos, eu falo noutro dia.


Uma vez mais, depois destes trabalhos feitos, fiquei de coração cheio, de orgulho no trabalho e sentido de dever cumprido. Se eu poderia viver sem horta e sem cultivar vegetais para consumir? Claro que poderia. Mas não era definitivamente a mesma coisa. 

Uma boa continuação de semana!

Boa continuação de semana!

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

A Obsessão das Abóboras

Este ano a minha madrinha teve umas quantas abóboras na horta dela, sendo a maioria delas das variedades mais pequenas. Teve principalmente abóboras manteiga, ou manteiguinhas, como ela lhe chama. E com tanta fartura, acabei por (re)descobrir a abóbora como alimento.

Até já tinha confessado por aqui, que andava um pouco "obcecada" por experimentar coisas diferentes com tão interessante vegetal, pois desde sempre me lembro de, por aqui, as abóboras só servirem para três coisas: sopa, doce ou belhoses de Natal.


As abóboras são nutricionalmente muito ricas:
- Contêm bastantes sais minerais essenciais, tais zinco, ferro, potássio, cálcio e magnésio;
- São ricas em fibras;
- Como se pode adivinhar pela sua cor laranja, têm um bom nível de betacaroteno, ou seja, antioxidantes naturais;
- Têm muitas vitaminas - A, Complexo B, C e E;
- E são pouco calóricas.
Tudo boas razões para se consumir este vegetal tão bonito.

Na sopa já a tinha usado: juntamente com um molho de salsa, alho, cebola e a última beterraba da horta, fiz um creme bem saboroso.



Mas depois de ver esta receita, cheguei à conclusão que haviam maneiras muito mais saborosas de consumir a abóbora.
A experiência seguinte foi abóbora grelhada: cortei fatias das abóbora com aproximadamente 5 milímetros, temperei com oregãos, coentros em pó e um pouco de azeite e levei a alourar numa frigideira anti-aderente. No final juntei umas gotas de molho de soja. Bastou uns minutos de cada lado até amolecer e ficou pronta. E eu fiquei fã :)


E um restinho que sobrou da primeira abóbora, cortei em cubinhos e salteei com cogumelos e cebola, para acompanhamento de uma massa. 
As sementes, separei, lavei, sequei e guardei: uma parte irei semeá-las no próximo ano e as restantes serão tostadas, para petiscar como aperitivo.

Entretanto já fui ao "supermercado" da madrinha buscar outra "manteiguinha" e estas são as receitas que estão na calha para as próximas experiências:


É nestas alturas, em que penso e tomo consciência, o quão afortunada eu sou. Por viver num local onde tenho hipótese de aceder a estas maravilhas, sem ter que enfrentar filas de supermercado. Por poder saborear produtos naturais, cheios de nutrientes e cheios de sabor. Por não ter que pagar por eles. Por ter locais onde posso cultivar o que quero, da maneira mais natural possível. Por ter tido essa capacidade de fazer as minhas escolhas para uma vida mais saudável, consciente e sustentável. 
E sou grata por tudo isso 💚

Bom fim de semana!

(aceitam-se sugestões de receitas de abóbora)

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

7 Dicas Para Que Roupa Dure Mais Tempo - Parte 2

Para (re)ler as primeiras 3 dicas, é só seguir o link aqui.

Este tempo anda definitivamente louco. Não vou falar, outra vez, de como este Outono não está a ser Outono, mas o que é certo é que ainda não fiz as mudanças na roupa da casa, ainda não arrumei a roupa de Verão e a horta continua atrasada. Vejam só as temperaturas anormais que estão previstas para estes dias, aqui para o meu concelho:

(Fonte IPMA)


Absolutamente incrível! Mas agora que já me queixei das alterações climáticas, volto ao tema de hoje: as minhas dicas para que uma peça de roupa dure mais tempo:

4. EVITEM COLOCAR ROUPA COLORIDA E DELICADA AO SOL DIRECTO. 

O sol "come" as cores e faz com que as roupas fiquem desbotadas e com manchas. Se forem tecidos delicados podem mesmo ficar danificados. Já estraguei algumas peças de roupa assim e não é agradável. Se não tiverem outra alternativa, sugiro que sequem a roupa colorida do avesso, pois assim minimizam os estragos.

5. TENHAM ATENÇÃO ÀS CENTRIFUGAÇÕES INTENSAS.  

Agora as máquinas têm programas com rotações intensas (na ordem dos 1200 RPM - rotações por minuto), o que faz com que consigamos tirar as roupas quase enxutas, diminuindo o tempo que demora depois a secar. É bom, não é? A questão é que há tecidos, como as lãs (e alguns similares) que, com as rotações tão fortes, ficam deformados, mesmo que sejam peças de extrema qualidade. Tem a ver com a composição e a forma como o pano é tecido. E ninguém quer tirar da máquina aquela camisola linda que recebeu no Natal com uma manga maior que outra, certo?
Para esses tecidos mais frágeis, convém seleccionar com baixa ou sem centrifugação, ou até mesmo considerar lavar à mão.

6. LAVEM MAIS ROUPA À MÃO. 

Pois é, as peças de roupa lavadas à mão duram bastante mais tempo do que lavando à máquina, mesmo quando são escolhidos programas mais leves. Ainda há 15 dias tive uma experiência dessas. Eu tinha comprado umas calças de sarja pretas no final do ano passado e, para manter a cor, sempre as lavei à mão, água fria. É lógico que ia sempre saindo um pouco de cor nas lavagens, mas ficavam sempre uniformes, sem riscos de falta de cor. Pois esta vossa amiga aqui resolveu colocá-las na máquina, a 30ª C, programa rápido e centrifugação leve. 
O resultado não foi bom, mal as tirei da máquina vi logo a asneira que tinha feito. Ficaram com vários riscos mais claros, a cor deixou de estar uniforme e numa perna ficou um risco horizontal, como se tivesse sido desenhado com régua. Serviu-me de emenda.
Todos os tecidos/peças que sejam mais delicados ou que tenham tengimentos mais coloridos, para durarem bastante tempo, têm que ser lavados à mão. Camisolas de lã e similares, lingerie, sedas, echarpes e lenços, collants, meias de lãs, roupas escuras, entre outros, são algumas das peças que lavo à mão. 
Dica: Para a tarefa de lavar a roupa à mão não ser tão chata, não acumulem muitas peças de cada vez. É mais fácil lavar só 2 ou 3 peças, do que 15.

7. AREJAR EM VEZ DE LAVAR.

Pode até parecer estranho, mas é verdade: muitas vezes quando lavamos uma peça de roupa, ela não precisa de ser mesmo lavada. Não estou a falar, obviamente, de roupa que tenha nódoas, transpirada, interior, ou que tenha mesmo sujidade. Mas peças como casacos (blazers, sobretudos...), saias, calças, cobertores, lenços e outros do género, podem ver a sua vida prologada, se forem lavados menos vezes. O truque é pôr a arejar, para "refrescar" as roupas de cheiros, como fumos, comida, etc. É só colocar num local com vento ou corrente de ar, para os tecidos ficarem mais "frescos" e livres de cheiros indesejáveis. E mesmo que seja uma "adepta" da limpeza e bastante céptica em misturar peças de roupa "lavadas" e "arejadas", nesta podem ir por mim. 
Dica: Aproveitem e usem esta técnica também em roupas que não sejam muito usadas, para que não fiquem com aquele desagradável "cheiro de armário".

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E estas são as minhas regras de ouro para que a roupa dure mais tempo.

Bom Fim de Semana e aproveitem para ir caminhar!

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Castanhas Assadas - Um Lanche Saudável

Finalmente chegou o Outono! Depois de um início de estação apenas no calendário, a chuva e as temperaturas mais amenas lá resolveram aparecer. 

E o Outono vai bem com muitas coisas, mas vai especialmente bem com castanhas.

Na semana passada comi as minhas primeiras castanhas assadas. Ainda estava calor, mas soube-me tão bem! Há qualquer coisa no sabor da castanha assada, que é bastante reconfortante, tal como uma manta e um chá quentinho, quando chove lá fora.

(primeiro cartucho de castanhas assadas do ano!)

Enquanto comia as castanhas, pensei para os meus botões: "Isto é que é um lanche bastante saboroso, saudável e barato!" Em vez de  comer um bolo, um folhado, ou outro snack cheio de gordura, açúcar e processado, porque não comer um cartucho de castanhas assadas? Eu paguei 1 euro por 12 castanhas. Eram todas boas e de bom tamanho. Se comesse um pastel, folhado ou similar, pagaria o mesmo ou mais e arriscava-me a ficar pouco satisfeita (como muitas vezes acontece), para não falar do "ataque" à minha saúde.
Já uma mão cheia de castanhas enche bem o estômago e é fantástico como pequena refeição ou lanche. 

Ora vejamos: 

- A castanha é um fruto seco, mas como contém pouca gordura (ao contrário das nozes e amêndoas, por exemplo) são pouco calóricas. Têm à volta de 190 calorias por 100g, que é mais ou menos o equivalente a uma cartucho de castanhas já descascadas.
- São ricas em hidratos de carbono complexos, ou seja, demoram mais tempo a serem absorvidos pelo corpo, logo ajudam a manter os níveis de glicémia mais estáveis e o apetite controlado por mais tempo.
- São bastante ricas em Potássio, Fósforo, Magnésio, Vitamina C, Ácido Fólico, Caroteno, entre outros, logo têm um bom nível nutricional. (Ver aqui o Perfil Nutricional da Castanha Completo)

Por cá, nesta época outonal, encontram-se facilmente à venda cruas em qualquer supermercado ou feira. Noutras alturas do ano também se conseguem comprar congeladas, já descascadas, embora sejam mais caras. Eu normalmente não compro, pois apanho-as nas minhas caminhadas. Tal como no ano passado, em que as usei para fazer o doce mais delicioso de Outono: o Doce de Castanha. (receita aqui).

E vocês, já comeram castanhas este ano?

Bom Outono!

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Onde andas Outono?

Este início de Outono anda esquisito. As temperaturas durante o dia andam demasiado elevadas para a época. Hoje, por exemplo, a máxima está a passar ligeiramente os 30 graus. Não é definitivamente o Outono que eu estava à espera.

Nesta altura já deveria ter caído uma chuvinha, pois mesmo apesar do arrefecimento nocturno, a terra continua seca. Enquanto noutros anos já tinha couves plantadas, este ano ainda não nos decidimos a isso. A continuar assim, só lá para a segunda quinzena.
Os tomateiros ainda estão a dar e só no final de Setembro é que os pimentos começaram a dar um ar da sua graça. 



Este ano também não terei azeitona, nem para curtir nem para mais nada, já que as oliveiras só têm folhas este ano. Nem uma azeitona para amostra, apesar de na Primavera terem estado carregadas de flor.

Resta esperar que venham as castanhas, os míscaros, os medronhos e tudo o resto que caracteriza esta bela estação.



A imagem acima é de uns tortulhos do ano passado, que deram 2 belas refeições. Esperemos que este ano ainda venha chuva a tempo de aparecerem estes deliciosos "fungos".

Boa quarta-feira e bom feriado!

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

A Importância de Uma Boa Noite de Sono

É inegável que uma noite mal dormida é capaz de nos arruinar um dia inteiro. E se forem várias noites mal dormidas, as consequências no nosso dia-a-dia são ainda piores.

A verdade é que o sono é bastante importante para a nossa saúde física e mental:
- Enquanto dormimos, para além de consumirmos menos energia (logo calorias), o nosso corpo repara-se e regenera-se. É libertada no organismo uma hormona que ajuda os ossos, os músculos e outros tecidos a regenerarem-se. 
- Para além disso, é durante o sono que o nosso cérebro se limpa dos resíduos tóxicos (através do sistema linfático) e fixa as informações acumuladas durante o dia. É também durante o sono que ele se regenera e que compila e organiza toda a informação que se foi recolhendo.
- Enquanto estamos acordados o corpo vai produzindo hormonas de stress (cortisol e adrenalina) e se não dormirmos o tempo suficiente, estamos a sobrecarregar o funcionamento do nosso coração.
- E o "sono de beleza" não é um mito, pois é durante o descanso nocturno que as células da pele se rejuvenescem (através da produção da melatonina) e assim as rugas de expressão atenuam-se.

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Eu sempre fui dorminhoca, preciso mesmo de 8 horas de sono diárias, bem dormidas, sem sonhos e interrupções, para conseguir estar no pleno das minhas capacidades. E embora haja uma ou outra pessoa que tem essa incrível capacidade de conseguir funcionar bem e com sucesso com apenas 4 ou 5 horas de sono diárias, isso NÃO é o normal.

Mas a verdade é que eu vejo que cada vez mais pessoas a dormirem cada vez menos diariamente.

Eu antes achava espectacular ver como é que uma pessoa conseguia dormir 6 horas por noite e ainda assim conseguir trabalhar, ter hobbies, cuidar dos filhos e ter tempo para sair e passear. Confesso que ficava com uma pontinha de inveja desssas pessoas tão energéticas, que conseguiam fazer tanto e dormir tão pouco, quando eu só funciono a 100% com OITO horas diárias bem dormidas.

Com o tempo cheguei à conclusão que essas pessoas não são naturalmente assim tão energéticas e que a maioria anda "rota" de cansaço e só se aguentam porque andam todo o dia (e muitas vezes, noite) tocadas a cafeína. O que é certo é que a pressão actual para o sucesso e se estar em todas, faz com que as pessoas sacrifiquem um das coisas mais importantes para a saúde do nosso corpo e da nossa mente: as horas tão necessárias de sono.

Apesar de a curto prazo se conseguir (sobre)viver com poucas horas de sono dormidas e compensando com cafeína e outras substâncias energéticas, a médio e a longo prazo esse comportamento traz consequências que podem ser terríveis.

Entre outras consequências, a privação das horas necessárias de sono traz falhas de memória, alterações de humor, desregulação do apetite, pele cansada, perda da capacidade de tomar decisões ponderadas, perda da capacidade de planeamento, diminuição da capacidade de regeneração do corpo, aumento das inflamações e debilitação do sistema imunitário geral, entre outros.

Logo, a médio e longo prazo, fica-se mais susceptível a ter acidentes (por falta de concentração e foco), a alterações emocionais, a sofrer de ansiedade, diabetes, alzheimer, demência, problemas cardíacos, obesidade, só para falar em algumas consequências nefastas, porque a lista é bem maior! E nas crianças, a falta das horas necessárias de sono levam a problemas no crescimento, a dificuldades de concentração, na escola e até no relacionamento com os outros. 

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Eu consigo perceber quando o meu corpo reclama e precisa de mais tempo de sono. Agora, por exemplo, que ando a treinar (correr) mais do que o habitual (para uma prova de 10 Km) e que coincide com o início dos trabalhos na horta e com outras tarefas mais físicas (como cortar e arrumar lenha para o Inverno), tenho obrigatoriamente que dormir mais. Não posso saltar as oito horas de sono, e estas têm que ser seguidas. Os meus músculos pedem e eu tenho que obedecer. Senão o que acontece é que as pequenas lesões de esforço que vou fazendo não se curam e arrisco-me a ter sérias complicações. 

Eu vou continuar a ser dorminhoca o suficiente, para que a minha saúde, o meu corpo e a minha mente não se ressintam. Mas tenham atenção que dormir demais também faz mal e que o sono deve ser seguido, para o corpo poder passar por todas as fases do sono necessárias. Dormir sonecas no sofá em vez de ir para a cama, contam para pouco em questões de saúde.

E vocês, quantas horas é que vocês dormem por dia?

Boa noite, desta vez sem sonhos.

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Sustentabilidade e Redes Sociais

Quando comecei a pensar em levar o "Ecológica, quem? Eu?" para as redes sociais, várias questões foram surgindo na minha cabeça. A maioria delas ligada à questão de poder ser contraditório escrever sobre sustentabilidade, natureza, slow-living, ambiente (entre outros temas do género) e ir-me ligar às redes sociais, que são, muitas vezes, o baluarte e o principal exemplo de tudo o que critico na nossa sociedade actual.

E andei neste vai não vai, inscrevo-me não me inscrevo, divulgo não divulgo, durante uns meses. A verdade é que as redes sociais já são parte da nossa sociedade e, para o melhor e para o pior, elas vieram para ficar. E já estão bem enraizadas.

Se eu critico o facto de as pessoas andarem sempre com o telemóvel "agarrado", de não se conseguirem desligar das "selfies", de perderam tempo a ver a falsa felicidade dos outros e de ficarem deprimidos por causa disso, ao invés de lerem um livro, fazerem um piquenique com a família e/ou os amigos ou passarem um bom bocado na horta ou com um animal de estimação? Sim.
Se critico a selvajaria virtual das pessoas, a que se assiste quando acontece alguma coisa negativa, e o desregramento e falta de contenção nas opiniões e desinformação? Sim.
Se critico as pessoas que muito "teclam" e "postam" mas que na verdade pouco fazem e normalmente são Madres Teresa de Sofá (pois pôr a mão na massa e tomar atitudes reais para que a vida de todos seja melhor dá trabalho)? Sim.

Mas também penso que isso não é culpa das redes sociais, não totalmente. A culpa é das pessoas. Da forma como se deixam envolver e do desconhecimento. Da forma como a nossa sociedade está estruturada e o que é consensualmente aceite como sendo "a felicidade".

Se eu posso escolher desconectar-me totalmente e continuar a fazer o que faço, fazendo a minha parte (e às vezes a dos outros também)? Sim, posso.
Se eu posso ficar sossegada no meu canto a fazer as minhas coisas, horta, contemplação da natureza, vida saudável, procurar comércio justo e fazendo o mais que posso, sem entrar no consumismo maluco e sem fazer publicidade disso? Sim, posso.
Se eu posso isolar-me nos meus processos do que eu acho correcto, justo e sustentável e não mostrar, exemplificar, divulgar e nem me chatear com os disparates que os outros fazem? Sim, posso.

Mas, depois de muito reflectir, cheguei à conclusão que isso não era correcto. Por muito que a maioria do tempo eu esteja cansada da sociedade actual e prefira o isolamento, se eu tenho uma hipótese de divulgação das minhas ideias, devo aproveitá-la. Pois se existem estas plataformas de divulgação, elas devem ser usadas para o bem comum. Não seria apenas egoísta da minha parte guardar informação e conhecimento apenas para mim?
Além disso, muitas vezes vejo ou leio algo digno de partilha e que não se enquadra no formato que eu tenho aqui no blogue.  Assim, posso mais facilmente partilhar conteúdos e partilhar mais de mim e das minhas coisas e (quem sabe?) até ser um exemplo, para que cada vez mais e mais pessoas abracem um estilo de vida sustentável.

Conclusão: juntei-me a "eles" e para além deste meu/vosso espaço habitual, podem me encontrar nas várias redes sociais, cada uma com a sua especificidade.

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O espaço onde nós, bloggers do Blogger, nos reunimos em círculos e espreitamos as novidades dos blogues que gostamos de seguir e ler.
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Onde guardo inspirações, receitas, truques para a horta, ideias de reciclagem, upcycling e muito mais.
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Se sentirem essa curiosidade, cliquem nas imagens e vejam o que se passa por lá. Mas atenção! Estes são espaços de divulgação, apenas para preencher lacunas que não consigo preencher aqui no blogue. Este é e será sempre o meu espaço especial e principal.

Boa quarta-feira e bem-vindo Setembro!
(Está quase a chegar o Outono! Que bom!!)

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Alfazema aos Molhos!

A Alfazema, também chamada de lavanda ou lavândula, cresce um pouco por todo o lado, em Portugal. Aqui nesta zona é habitual vê-la nos jardins e hortas e o Verão é a altura da sua floração.


Quando plantada na horta, vai atrair insectos polinizadores e afastar roedores, tais como ratos e ratazanas. Está no topo da lista de plantas a colocar na minha horta (detesto ratos!).

E não é só na horta que a Alfazema afasta "bichos": pode (e deve) ser usada em casa, pois é muito eficaz para afastar naturalmente traças da roupa e, além disso, ainda perfuma as gavetas e armários.

Mas as propriedades da Alfazema não ficam por aqui: o seu óleo essencial é usado como anti-séptico, tónico, anti-espasmódico e regenerador da pele. É também usada no tratamento de ansiedade, insónias, falta de apetite, agitação, angústia e outras enfermidades do género. Tanto é usado o seu óleo essencial, como partes da planta seca (principalmente em infusão e banhos relaxantes).

Na culinária usam-se as flores secas para aromatizar açúcar, doces, biscoitos, compotas e sobremesas. O mel produzido a partir das flores de Alfazema é considerado um mel de qualidade superior.

Eu gosto de ter um saquinho na gaveta da roupa de cama, pois o seu aroma relaxante transfere-se para os lençóis e fronhas, melhorando a qualidade do meu sono.



No final de Julho apanhei um bom molho de flores de Alfazema. Coloquei a secar e vou fazer "rocas" de Alfazema, para perfumar as minhas gavetas. 


Para colocar a secar basta separar as hastes em pequenos molhos, atar com fio ou fita e colocar virado para baixo uns dias. Como o seu aroma tem propriedades relaxantes e calmantes, decidi colocar os ramos a secar no quarto, mesmo acima da cabeceira da cama.

Agora que já as hastes já secaram um pouco, é tempo de fazer as "rocas" cheirosas, relaxantes e insecticidas. Fiz um passo-a-passo com fotografias, para explicar mais facilmente o processo.


Limpar várias hastes da planta das flores e ramos em excesso e juntar num raminho. Atar com fio, fita ou ráfia, 1 ou 2cm abaixo das flores. 

Virar as hastes para cima das flores de forma a fazer uma espécie de gaiola.



Voltar a atar em baixo. 



Fazer novo processo de "engaiolamento" das flores. 


Se alguma haste se partir, usar o fio para segurá-la na forma.

Atar novamente, em cima e em baixo e cortar as pontas das hastes.
E já está! É fácil, não é? 

Aproveito ainda as flores que sobraram do desbaste das hastes usadas nas rocas e coloco-as em sacos de tecido.


Deixo-vos ainda outras sugestões interessantes de como utilizar Alfazema (é só clicar nos links abaixo):

- Açúcar de Alfazema


- Hidratante Natural de Alfazema

Boa quinta-feira e bons sonhos :)


quarta-feira, 3 de agosto de 2016

A Horta de Agosto (2016)

O Verão tardou, mas agora que chegou, veio com o calor em força. Veio até com força demais, pois parece que o passado mês de Julho foi o segundo mais quente que há registo, desde 1931!

E com isto a horta ressente-se: temos que regar mais vezes e há culturas que não desenvolvem o esperado. Os pepinos, apesar de terem começado bem, agora praticamente desapareceram e os pimentos continuam muito enfezados.

Mas nem tudo é mau, muito pelo contrário! A época oficial do tomate já começou para estes lados e dia sim, dia não, tenho colhido dos ditos. Apanho-os ainda não totalmente maduros e como são dos "verdadeiros", não noto acidez no sabor. 


Eu só gosto mesmo do sabor do tomate nesta época, que é a altura dele. E têm que ser tomates "da horta", para terem aquele sabor característico, às vezes até levemente adocicado (como o do tomate coração maduro). Decididamente tomates do supermercado não são para mim :)


O feijão verde, esse continua a dar. Já vem com menos força e as vagens são mais curtinhas, mas todos os dias apanho um punhado delas. E não é que alguns feijoeiros ainda estão a dar flor? A continuar assim vamos ter feijão verde até Setembro, haja água para a rega.


O feijão seco está quase no ponto para ser todos apanhado. Até já fui apanhando algum que foi secando mais cedo. Agora é só descascar e guardar num local fresco e seco.
O meu truque para que não apanhe "bicho" (como se diz por aqui) e que se conserve durante mais tempo, é colocar o feijão seco já descascado dentro de um saco, levar ao congelador uns dias e depois tirar e acondicionar como de costume. Dizem os entendidos que mata o bicho do feijão.
E eu confirmo, acaba-se o feijão esburacado.

As courgetes (abobrinhas) floriram bastante, mas deram pouco até agora. Resolvi insistir e aumentar a rega e deu resultado. A courgete da foto abaixo já está no frigorífico, à espera de uma receita diferente, daqui.  


Aumentei também a rega das melancias e dos melões. Mas se nas melancias se nota a diferença, nos melões nem por isso. Para já só estão a dar folhas e umas florinhas que ainda não deram frutos :(

A salsa agora é que está em força e eu que adoro, agradeço à mãe Natureza :) Confiram aqui os benefícios desta bela erva aromática.

Os coentros já espigaram todos e até já apanhei e guardei a semente, tanto para usar na próxima sementeira, como para usar na cozinha, nalguns pratos com sabores mais asiáticos.

As beterrabas também já estão com um tamanho mais razoável e já usei algumas na sopa. 
Eu gosto de comer sopa todo o ano, não dispenso mesmo no tempo quente. Não troco sopa por salada de alface, pois é uma forma maravilhosa de ingerir os nutrientes necessários a uma vida saudável, de uma vez só. Às vezes até ponho alface na sopa, antes de a passar. Assim como na mesma a alface e os restantes legumes. Fica uma sopa-salada :)
E vocês, preferem sopa ou salada?

Boa quarta-feira!

quinta-feira, 21 de julho de 2016

7 Dicas Para Que Roupa Dure Mais Tempo - Parte 1

Como devem imaginar, eu não compro muita roupa. 
Tenho uma espécie de armário-cápsula para cada estação e normalmente só compro algo quando preciso. 
Por exemplo, agora ando à procura de um vestido de Verão versátil. Neste momento só tenho um e não dá para todas as ocasiões. Com esta aquisição irei substituir uma saia comprida que já tinha há quase 20 anos (lembro-me de a ter usado quando andava a tirar o curso na Guarda!...) e que se começou a rasgar na última sexta-feira. Gostava muito da saia comprida, mas por uma questão de versatilidade irei apostar agora num vestido.

Sim, na minha mão, geralmente as peças de roupa (e também calçado) duram bastantes anos. E não é guardadas no armário, eu uso a roupa :) 

Caso se estejam a perguntar se tenho algum poder mágico ou se fiz alguma magia de conservação nas peças, lamento desiludir-vos mas não. Que eu saiba não há nenhuma fórmula mágica que impeça a roupa de ficar com aquele aspecto velho, descolorida, coçada e com borbotos.

Mas há alguns truques e cuidados que se podem ter, que atrasam o inevitável e que fazem com que se conserve o aspecto novo da roupa, durante mais tempo.
Irei partilhar com vocês o que costumo fazer para que a minha roupa dure mais, com melhor aspecto. 

Para ajudar à explicação de como e porquê destas dicas darem resultado, pesquisei em vários sites e fontes. Por uma questão de simplificação, resumi a lista às 7 dicas que eu acho mais importantes e fiz uma lista resumida (última imagem) para ser mais fácil memorizar e partilhar. 
Para não ser tão maçador, focarei hoje as três primeiras dicas e numa próxima vez terminarei a explicação das restantes quatro.

(imagem adaptada de uma foto daqui)

1. APOSTE EM TECIDOS DE QUALIDADE:

Vamos começar pelo início. Os tecidos de qualidade duram mais, é lógico. 
Mas na hora da compra, quem é que olha para a etiqueta para ver de que tecido é feito a peça de roupa que estamos a escolher? Eu vejo, porque não quero desperdiçar dinheiro numa peça que depois de 3 lavagens fica com um aspecto horroroso. 
Existem 3 tipos de fibras: as naturais (lã, algodão, seda e linho), as sintéticas (poliéster, acrílico) e as artificiais (viscose, acetato, modal). As fibras que têm maior durabilidade são as naturais e logo a seguir as artificiais. Aconselho a fugir das peças de composição sintética, pois desgastam mais facilmente e agarram mau cheiro mais rapidamente.
Para melhor compreender os diferentes tipos de tecido e as suas características aconselho a leitura deste artigo da Ana, pois é um guia bastante completo e bem explicativo de em quais tecidos se deve apostar e porquê.

2.  LEIA E SIGA AS INSTRUÇÕES DE LAVAGEM:

Parece que estou a apontar para o óbvio, mas na verdade quem é que lê as instruções de lavagem de TODAS as peças de roupa, antes de as meter na máquina? E quantas vezes é que é que cortamos as etiquetas porque são grandes demais ou porque nos fazem comichão? Pois.
Para melhor gerir as diferentes necessidades de lavagem e evitar confusões futuras quando cortam as etiquetas, proponho que criem um quadro ou tabela (pode ser escrito à mão) e que o coloquem na zona onde lavam a roupa ou no armário onde a guardam. Tem-se esse trabalho inicial, mas depois poupa-se tempo e, mais importante, "desastres" com a roupa. 
Se não acharem necessário estar a tomar nota das instruções de lavagem de todas as peças de roupa que têm, façam como eu: na minha tabela só anotei as instruções daquelas peças que têm que ter um tratamento mais cuidado (lavagem à mão, temperatura baixa, sem centrifugação...). E resulta!

3. EVITEM AS TEMPERATURAS ALTAS NA LAVAGEM:

Para quem não quer estar a seguir a dica anterior, esta terceira dica acaba por evitar aquelas surpresas indesejáveis de quando se lava uma peça acima da temperatura correcta. 
Não há assim tantos tecidos e cores que aguentem lavagens constantes a alta temperatura, sem se deformar ou perder a cor. Mas a maioria das vezes basta uma lavagem a uma temperatura alta demais, para arruinar uma peça de roupa. 
Lãs, sedas e tecidos sintéticos têm nas altas temperaturas inimigos mortais, pois encolhem, deformam e ganham borbotos (aquelas bolinhas chatas e feias).  
Para evitar isso o melhor é escolher lavar sempre a temperaturas de 40º C ou menos. Para nódoas difíceis ou roupas muito sujas é preferível fazer pré-tratamentos ou outro tipo de lavagens. Noutra altura falarei sobre os tipos de pré-tratamento da roupa que faço, versão ecológica, claro :)
Além disso, reduzir a temperatura na máquina da roupa é mais ecológico. Poupa-se energia e dinheiro na factura da electricidade.



E estas foram as dicas de hoje. Brevemente trarei a explicação das outras quatro.

Boa quinta-feira!

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Mirtilos e Gentileza Gera Riqueza

Enquanto os melões e as melancias da horta não chegam, a fruta de eleição deste Verão tem sido o Mirtilo. A pequena e deliciosa baga azul arroxeada, rica em antioxidantes e muitos outros nutrientes*, tem sido a fruta mais consumida nesta última semana, por estes lados.

(Mirtilos do lanche)


Eu conto. Foi na semana passada, que a minha mãe foi ao mercado municipal e me trouxe uma caixinha de mirtilos. Ela sabe que eu gosto e sabe também que faz bem na prevenção das cistites, problema chatérrimo que eu sofro desde bem pequena (falarei melhor sobre isto noutra altura)

Quando recebi a caixa, detectei uma pequena anomalia na embalagem, que em nada implicava na conservação ou frescura das bagas. Mas decidi comunicar à empresa essa anomalia, por uma questão de consciência. E assim fiz. Enviei uma mensagem privada na página de Facebook da empresa, com uma foto da embalagem, a alertar para a situação.

Eles foram muito simpáticos, agradeceram muito o reparo e foram verificar as outras embalagens nos pontos de venda. A minha afinal era a única que tinha aquela situação. Não tinham que me dar essa informação, mas como cliente até gostei de saber o seguimento do processo.

Mas o que aconteceu a seguir é que foi absolutamente surpreendente e inesperado. No final desse dia, já tarde, tinha uma mensagem a dizer que me queriam agradecer a informação, com uma caixa de mirtilos! Tive que ler novamente a mensagem, pois nos dias que correm, onde é que uma empresa faz isto?
Não posso negar, fiquei super-contente e orgulhosa de ter perto de mim uma empresa que reconhece que gentileza gera riqueza e que não se preocupa só com o lucro. Eu, que até já era cliente, fiquei fã. Para além de produtores biológicos, com produtos deliciosos, são simpáticos e gentis. Ainda há esperança no mundo!

Mas não acabou por aqui, pois quando fui buscar a caixa de presente ao mercado municipal, vi que não me tinham deixado uma mas sim DUAS caixas. Fiquei sem palavras. Ainda disse à senhora que tinha guardado a encomenda, que devia haver algum engano, mas ela disse que não. 

(as duas caixas)

Conclusão disto tudo: afinal, sempre compensa fazer boas acções e aqueles mirtilos são definitivamente os melhores do Mundo!

Boa semana!

*Nutrientes do Mirtilo: é rico em vitaminas A, B, C e diversos sais minerais, como cálcio, cobre, ferro, fósforo, magnésio, manganês, potássio, selénio e zinco. A pequena baga tem também pectina e taninos, bem como ácidos málico, cítrico e tartárico e é rica em fibra.