quinta-feira, 24 de setembro de 2015

A Horta de Setembro (2015)

Já chegou o Outono! Quem me acompanha há algum tempo, sabe que é uma das minhas épocas preferidas e que eu adoro as suas cores! Como não gostar?
 
 (Foto Hugo Ferreira)
(Foto Hugo Ferreira)

Quanto à horta, aqui vão as actualizações:

- O chuchu está espalhado por todo lado. Já tivemos que lhe cortar uns bocados pois já estava a "abafar" tudo o que estava perto. Passou o Verão todo a espalhar ramos e folhas, pela horta inteira.


Finalmente já se começam a ver flores e borbotos, parece que vai ser mais um ano de muita colheita :) Durante algum tempo, só se viam folhas... por todo o lado!


- Em Abril, o limoeiro tinha uma florzinha rosa que acabou por desaparecer.
Mas agora, para além dos botões rosa, já tem uma ou duas flores, como na foto abaixo.


Tem também já uns dois ou três limões bebés, como na foto abaixo (não está muito nítida, pois só tem 1 centímetro!). Será desta que vou ter limões?


 - Quanto às maçãs Fuji, deram umas belas maçãs, não muito grandes, mas muito sumarentas e saborosas. Acho que, por serem mais pequenas do que as que se vêem nos supermercados, ficam com o sabor mais concentrado. Estas é que são totalmente sem químicos e algumas têm uns furinhos de lagarta, para confirmar :)


- Lá atrás, vêem-se ainda as couves, plantadas há menos de quinze dias.


 - Nesta horta, há ainda salsa com fartura (este ano tivemos muita), um pé de phisalis que está farto de dar (e que não parece parar...) e uns quantos pés de espinafres "nascediços".

Falta só apanhar azeitona e semear as favas, que no ano passado foi colheita fraca. Vamos ver se escapam aos pulgões, desta vez. 

Bom Outono :)

sábado, 5 de setembro de 2015

Os Passadiços do Paiva

No passado domingo, o passeio foi a Norte. De tanto se falar nisso, lá combinámos um passeio até Alvarenga - Arouca, para ir conhecer os famosos Passadiços do Paiva. Eu confesso que andava com bastante vontade de ir lá conhecer aquilo, pois com tanta publicidade, reportagens e fotos nas redes sociais de pessoas que tinham lá ido (e "adorado"), fiquei com as expectativas bem altas (demasiado).

Não obstante da beleza geral da Natureza (que para mim, é sempre bela), após ter feito o percurso todo, fiquei com a impressão que a montanha pariu um rato. Afinal, tanta coisa, tanto falatório, tanta foto, para quê? Na verdade, não me arrebatou, não me convenceu a voltar lá e só me ficou na memória pelos pontos negativos, o que é mau.

Como o percurso é linear e só íamos fazer a ida, começámos por Areinho, que será mais fácil do que ao contrário (começar em Espiunca). Antes de iniciar a subida, passando pela ponte de Alvarenga, vemos a Garganta do Paiva, que é bastante bonita. Não é necessário fazer o percurso a pé para ver esta parte, pois tem-se acesso por estrada de alcatrão.

Podem ver nesta primeira foto, a primeira escadaria, que nos vai levar às alturas. E logo aqui se começa a ver a dificuldade do percurso. Sol directo e centenas de degraus, para ir desembocar num estradão de terra batida, cheio de pó (que será de lama com as chuvas...). Aqui já se consegue ver a loucura que a publicidade faz. Conseguem ver a quantidade de pessoas que vão a subir as escadas?
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Quando se chega ao fim da subida (ufa!), começa-se a ter a percepção do resto do percurso. Para mim, apesar da dificuldade, de tanto degrau e do calor, a parte inicial dos Passadiços foi a que eu achei mais bonita. Já lá em cima, começa-se a ver a Cascata das Agueiras, que é impressionante pela altura, apesar de não levar muita água.


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E como quando se sobe, tem que se descer, temos quase o dobro dos degraus para descer, para continuar no percurso. (Coitados do meus gémeos, que ficaram bem doridos com tanto sobe e desce). Vejam na foto abaixo parte do que se teve que descer. Quem faz o percurso no sentido inverso, terá que subir à volta de 700 degraus para finalizar o passeio.


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Não pensem que sou molenga. Pratico actividade física regular (quase diária), entre corrida de estrada, trilhos, caminhadas e trekking. Na verdade, o maior esforço físico, para mim que estou preparada, foi esta parte inicial. O resto foi fácil, apesar do calor e da falta de sombras. Agora, não aconselho que se vá fazer este percurso, se não tiver uma boa preparação física, só porque viu uma reportagem na televisão. É duro, principalmente se tiver um dia de sol e calor.
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Consequências da seca extrema: o caudal do rio Paiva estava bastante reduzido.


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E no final do percurso, uns eucaliptos para ainda me chatear mais (natureza intocada...). Consegue-se ver, através desta espécie não nativa de Portugal, no meio do rio Paiva quase seco, uns afloramentos rochosos, que achei bastante interessantes.


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Há realmente umas quantas praias fluviais (mais para o final do percurso, na direcção Areinho - Espiunca). Estavam a abarrotar de pessoas, como todo o percurso. Para mim, e correndo o risco de ser injusta, acho muito mais bonitas as praias que estão perto de mim. Não conseguem competir com a beleza das praias de Coja ou da zona de Góis.

O que na verdade eu achei impressionante, durante todo o percurso, foi a quantidade de pessoas que estavam nos Passadiços. Eram centenas e centenas de pessoas, de todas as idades e compleições físicas, bem preparadas e mal preparadas. Os passadiços estavam sempre a tremer, devido à constante passagem de humanos e alguns cães, ao ponto de não se conseguir tirar grandes fotos (ficaram muitas tremidas). E é espantoso a inconsciência de se ir para um sítio daqueles, sem preparação, no calor, muitos sem água, muitos sem sapatilhas, muitos que não irão se meter noutra destas tão depressa. Havia pessoas a bufar, muitas crianças pequenas, uma senhora sentada ao sol (a meio do caminho, onde não havia sombra largas dezenas de metros, antes e depois) quebrada pelo esforço, cães com a língua de fora e cheios de sede (coitadinhos) e muitos com a sensação que tinham sido enganados por tanta publicidade e "maravilhas" que tinham sido ditas.

Para conclusão:

- Aquela zona geográfica atravessada pelos Passadiços do Paiva é um território com um Património Geológico impressionante. Mas para se apreciar verdadeiramente estas maravilhas, o percurso deveria ser acompanhado de guia e/ou placas com explicações sobre os geosítios. Senão, não sabemos para onde olhar e parece "só" um monte de pedras.
- Aparentemente existem, naquele local, algumas espécies protegidas por lei (tais como a Libélula Esmeralda e os Gonfos de Graslin). Na verdade, a única fauna que vi foram as pessoas e os pobres cães. Com tanta afluência humana, de milhares de pessoas por semana, quais serão as consequências a curto e médio prazo para os ecossistemas da zona? É uma preocupação real. Leiam aqui algumas preocupações do grupo SOS Rio Paiva, em relação aos Passadiços do Paiva e suas consequências.
- Eu até entendo que toda a gente do país, queira visitar esta "maravilha" de Portugal, mas para verdadeiramente se apreciar a beleza do Paiva e as suas singularidades, o percurso deveria ser fechado (continuando gratuito), com restrição para o número de pessoas que fazem o percurso de cada vez. Senão torna-se impossível a verdadeira comunhão com a Natureza e a apreciação do património geológico.
- E se quiserem visitar aquilo que toda a gente fala, vão em grupo, levem muita água, protetor solar e chapéu (se estiver sol), lanche e preparem-se fisicamente.

Bons passeios :)